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É verdade que crianças dormem melhor com barulho?

Depende do som! O ideal é que tenham frequência regular e não sejam nem muito agudos nem muito graves. Entenda!

Por Flávia Antunes
27 jan 2021, 17h17

Não é preciso nem combinar: quando o bebê adormece, os pais tentam de tudo para manter o silêncio absoluto – principalmente se fazê-lo pegar no sono não foi uma tarefa fácil, né? Mas não parece que é justamente nas situações em que o barulho rola solto que o bebê fica mais quietinho no berço? Muitas vezes pode estar rolando uma festinha com várias conversas no fundo, a máquina de lavar roupa estar ligada, o vizinho estar em plena reforma ao lado e… lá está o pequeno dormindo plenamente.

Os memes rolam soltos, mas realmente parece que é só os pais decidirem sentar no sofá para o pequeno abrir os olhos – e o berreiro! – no quarto. Piadinhas à parte, a dúvida permanece: será que as crianças preferem ambientes com barulho para tirar uma soneca?

A resposta (como muitas na maternidade) é depende. Não existe unanimidade e sempre vai depender das preferências de cada bebê. Segundo a médica intensivista pediátrica do Hospital Santa Catarina, Dr. Janete Imamura, também depende do tipo de ruído que estiver no fundo, mas a tendência é que o pequeno prefira os chamados “ruídos brancos” na hora do sono. “Eles são aqueles que ‘neutralizam’ a oscilação entre os sons agudos e graves, o que faz com que melhore a possibilidade de dormir neste locais”, esclarece Janete.

A pediatra costuma indicar para os pais que prefiram sons mais tranquilos e melodiosos durante a soneca dos filhos, mas afirma que, na prática, os ruídos brancos realmente podem surtir efeito. “Outro motivo para isso é que eles são constantes e englobam a maior faixa de sons agudos e graves, então soam no ouvido como se fossem ruídos monótonos”, acrescenta ela.

Cuidado com o barulhão!

E o oposto é verdadeiro. Uma perturbação sonora inesperada e pontual, em alto volume, atrapalha mesmo o sono do pequeno. “As oscilações, se repentinas, geram uma estimulação que faz com que o bebê não entre no sono de modo rápido e tranquilo”, complementa.

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Um fogo de artifício que explode no ar ou o barulho do escapamento de uma moto de uma hora para outra são exemplos daquilo que pode assustar e prejudicar o descanso da criança. Já o som contínuo do motor de uma geladeira – pode reparar! – é um ruído com o qual o ouvido se acostuma depois de um tempo e por isso se classifica como “branco”.

E mesmo os barulhos imprevisíveis, desde que tenham frequência regular, podem ser chamados assim – como é o caso dos sons que imitam o do útero da mãe. Inclusive, é por esses efeitos benéficos dos ruídos brancos que muitos pais têm aplicativos baixados no celular que simulam o ambiente pouco silencioso em que o bebê viveu durante nove meses. Veja outras estratégias para melhorar o sono do pequeno.

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