Muito comum em crianças, o sapinho é uma doença provocada pelo fungo Candida albicans. Ele é normalmente encontrado nas regiões da boca, do intestino e, nas mulheres, da mucosa vaginal. Segundo o Ministério da Saúde, um sistema imunológico saudável é completamente capaz de manter a população desses organismos sob controle. Em crianças e bebês, no entanto, a defesa do corpo ainda não está totalmente desenvolvida, o que facilita a proliferação deles.
Algumas noções básicas de higiene são importantes para evitar o sapinho na boca do bebê. As mães, principalmente as que estão amamentando, devem ficar atentas. Isso porque elas também estão sob risco de contaminação. Veja abaixo como lidar com o problema.
O que é o sapinho em bebês?
O nome científico da doença é monilíase – infecção causada pelo mesmo fungo da candidíase. Em bebês, ela pode se manifestar em forma de placas cremosas e esbranquiçadas na boca (língua, gengivas, parte interna das bochechas e até nos lábios) ou na região perineal, a área que é coberta pela fralda.
“O aspecto da candidíase oral é o de um restinho de leite que não sai”, afirma Maria Aurora Brandão, pediatra do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo. Também é possível que o sapinho se apresente através de lesões avermelhadas, como aftas. No períneo, as bolinhas vermelhas são mais comuns. Normalmente não geram incômodo, mas, em casos mais graves, podem causar dor, irritação e coceira.
Quais são as causas do sapinho na criança?
Nosso organismo hospeda uma série de fungos e bactérias. Em condições normais, eles vivem em harmonia no corpo. Por algum motivo, seja por estresse em adultos ou baixa resistência em crianças, eles podem se multiplicar e causar doenças. “No caso do sapinho, a Candida albicans se aproveita de situações de prejuízo imunológico”, afirma Maria Aurora Brandão.
O sapinho pode se desenvolver depois que a criança teve uma diarreia e colocou a mão contaminada na boca, por exemplo, ou porque o bico do seio, as mãos da mãe ou a mamadeira e a chupeta estão infectados, afirma o Ministério da Saúde. O fungo gosta de lugares úmidos. Por isso, fatores como manter fraldas molhadas por muito tempo, suor e umidade nas dobras do corpo contribuem para o aparecimento da doença.
Em que idade o sapinho surge com mais frequência?
Enquanto a criança usar mamadeiras, chupetas e fraldas, há o risco de a infecção aparecer. Mas a candidíase oral em bebês é mais comum nos primeiros meses de vida pelo fato de o recém-nascido ainda não ter o sistema imunológico totalmente desenvolvido. Além disso, os pequenos habitualmente colocam tudo o que veem pela frente na boca, um comportamento de risco para a doença.
Como evitar o sapinho em crianças?
É importante estar sempre atento à higienização de tudo o que vai à boca do bebê. Além disso, arejar áreas cobertas pela fralda e as dobras do corpo também ajuda no combate à formação de ambientes favoráveis ao fungo. O Ministério da Saúde também orienta os pais a não compartilhar chupetas e mamadeiras, lavar as mãos antes de pegar a criança e evitar beijar o bebê.
Como é feito o tratamento do sapinho?
Antes de mais nada, procure um pediatra. O sapinho é tratado com cremes antifúngicos e esse especialista é quem vai indicar os mais apropriados. Vale frisar que o tratamento pode ser demorado, arrastando-se por alguns meses. Além disso, formas muito severas da doença podem precisar de remédios por via oral. Também é fundamental não raspar, cutucar ou mexer na área infectada, o que só agrava o problema.
As lactantes devem prestar atenção a qualquer tipo de ardor na região do bico do seio. Isso porque o bebê pode transmitir a doença para a mãe. Não são raros os casos em que a criança é tratada, mas volta a ter a monilíase porque que o seio materno continua infectado.
Para evitar uma nova contaminação, os objetos do bebê, como brinquedos, mamadeiras e chupetas também precisam ser fervidos por 1 minuto após o uso.