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Quando os testículos do bebê não descem: entenda o que é a criptorquidia

Precisa de cirurgia? Pode esperar a criança crescer? Saiba tudo sobre esse problema que afeta, principalmente, prematuros

Por Carla Leonardi
2 jan 2024, 11h15

Quando os meninos nascem, é esperado que os testículos já tenham chegado à bolsa escrotal, afinal, essa descida deve acontecer ainda durante a gestação. Porém, os casos de criptorquidia (ou “criptorquidismo”, quando um ou os dois testículos ficam localizados fora da bolsa) não são incomuns – segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, eles atingem cerca de 45% dos prematuros e menos de 5% dos nascidos a termo. Ou seja, é um problema recorrente em crianças que vêm ao mundo antes do tempo previsto.

“Acontece quando eles ficam localizados em seu trajeto de descida, em posição inguinal ou intra-abdominal, sendo a primeira mais comum”, explica Fernanda Ghilardi Leão, cirurgiã urologista pediátrica do Sabará Hospital Infantil. Além da prematuridade, a criptorquidia pode ser causada por alterações hormonais, fatores anatômicos, genéticos e outros, ainda não totalmente conhecidos.

No caso de meninos que nascem antes do previsto, há a possibilidade de que a criptorquidia seja ocasionada pela imaturidade, afinal, eles ainda estão se desenvolvendo. “Algumas vezes, no bebê prematuro a descida ainda não se completou e devemos aguardar até os seis meses de vida”, pontua. Depois desse período, se continuar da mesma forma, é preciso buscar a avaliação de um urologista.

Ainda que o pequeno não seja prematuro, a orientação de esperar os seis meses permanece, já que, segundo Fernanda, o tratamento é cirúrgico e só é indicado a partir dessa idade. “Atualmente, com base nos últimos trabalhos e recomendações das sociedades de especialidade, não se indica tratamento hormonal com o objetivo de descida dos testículos“, afirma.

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Médico colocando luvas para cirurgia. Está de jaleco branco e coloca luvas azuis. Não é possível ver o rosto.

Cirurgia para descida dos testículos

Dependendo da posição dos testículos, a cirurgia poderá feita por técnica convencional ou por videolaparoscopia. “Geralmente, ambos os procedimentos têm possibilidade de realização em regime de internação hospital-dia, ou seja, a criança vai embora para casa no mesmo dia após a recuperação anestésica”, tranquiliza a especialista.

Por fim, ela reforça a importância de buscar tratamento logo no primeiro ano de vida. “A espera para fazer o procedimento em uma idade maior pode comprometer o desenvolvimento normal do(s) testículo(s), levando até a atrofia testicular e comprometimento da fertilidade na vida adulta”, alerta, acrescentando que, mesmo depois da cirurgia, a criança deve ser acompanhada pelo urologista para avaliação anual.

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