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7 dúvidas e respostas sobre pedra nos rins em crianças

Cálculo renal não é um problema que acomete só os adultos. Entenda por que a sua frequência entre os pequenos é cada vez maior!

Por Carla Leonardi (colaboradora)
Atualizado em 4 Maio 2021, 18h21 - Publicado em 10 mar 2016, 14h53

Muita dor de um lado das costas, choro, enjoo… Se só de ler esses sintomas você pensou em pedras nos rins, provavelmente é porque já teve as temidas cólicas renais. Elas aparecem do nada e vêm com uma intensidade muito forte, sendo conhecidas popularmente como uma das piores dores que se pode sentir. E se pensar nisso na vida adulta já é um pouco assustador, imaginar essas inconvenientes pedrinhas em nossos filhos, então, é de cortar o coração. Mas a verdade é que crianças pequenas podem, sim, ter cálculos renais, assim como bebês. Veja as principais perguntas que respondemos sobre o problema e saiba como agir se o seu pequeno passar por ele.

1. Onde dói a cólica renal?
Embora a dor lombar seja o principal sintoma das pedras nos rins, não é só essa parte do corpo que sofre com as cólicas renais. Há toda uma região que começa nas costas, segue pela lateral do abdômen, barriga e desce até a altura da bexiga que pode doer – e muito! – normalmente de um lado só. “No caso das crianças maiores, fica mais fácil imaginar o que está acontecendo porque elas já conseguem localizar a dor. Mas com as menores é preciso observar outros sintomas”, explica Andreia Watanabe, nefrologista pediátrica do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo (FMUSP).

2. Quais são os sintomas que podem indicar cálculos renais?
Além da dor muito intensa, da irritabilidade e dos enjoos que as crianças apresentam, um fator muito importante que os pais precisam observar é a cor do xixi. “Se houver hematúria, que é a presença de sangue na urina, isso precisa ser investigado, pois indica que há alguma coisa errada”, destaca a especialista. Já a febre pode aparecer, mas geralmente ela está associada a uma infecção urinária, por exemplo.

3. O que causa a dor?
Não são raros os casos de pessoas que vão fazer um ultrassom de rotina e se surpreendem com o laudo médico apontando a presença de cálculos renais. Isso acontece porque, enquanto estão dentro do rim, as pedras não causam dor e não se fazem notar. Todo o tormento começa, porém, quando uma delas sai e vai em direção à bexiga, passando por um estreito “tubinho” para chegar lá e, enfim, ser expelida com a urina. Esse tubo é chamado ureter e liga cada rim à bexiga; temos, portanto, dois deles.

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Quando um cálculo começa a percorrer esse trajeto, além de machucar as paredes do ureter (o que causa hematúria), ele começa a obstruir o caminho: a urina que deveria passar facilmente por ali tem mais dificuldade de circular. Assim, o organismo entende que aquela obstrução precisa ser eliminada e começa a contrair o ureter – daí vêm as terríveis cólicas.

HYWARDS/Thinkstock/Getty Images HYWARDS/Thinkstock/Getty Images

4. O que fazer se houver suspeita de pedra nos rins?
Se os pais notarem esse quadro – dor intensa e urina mais escura – nada de tentar tratamentos caseiros ou dar remédios por conta própria. “Se houver suspeita, a criança deve ser levada imediatamente ao pronto-socorro. Lá, vai ser feito um exame de urina, um ultrassom e, se for preciso, uma tomografia com baixa dosagem de radiação”, orienta Andreia. Para acabar com a dor, a criança deverá receber algum medicamento intravenoso e, depois de confirmado o diagnóstico, ser encaminhada a um urologista, que vai avaliar o problema. Vale lembrar que o consumo de líquidos em geral ajuda a eliminar os cálculos, já que assim há um aumento da frequência urinária. Mas o ideal mesmo é a ingestão de água.

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5. Como costuma ser o procedimento médico?
“O que é feito em seguida depende da gravidade da situação e da posição do cálculo. Se houver uma obstrução séria ou alguma infecção associada, aí o caso é urgente e precisa ser resolvido de forma rápida e cirúrgica. Se não houver essa necessidade, nós normalmente instruímos os pais a esperar que a pedra seja expelida e que a criança beba bastante água “, explica a nefrologista. O tipo de cirurgia – normalmente, feita endoscopicamente – é escolhido de acordo com a situação e com fatores como dureza, tamanho e posição do cálculo.

Em geral, esse período de espera é acompanhado de remédios para amenizar a dor e o especialista estabelece uma espécie de prazo para que o cálculo seja eliminado. Se nada acontecer, é possível que a cirurgia também seja indicada. Essa dificuldade para expelir pode ser causada pelo tamanho da pedra ou até mesmo por algum problema no ureter, como uma estenose (o estreitamento do canal).

6. O que pode gerar cálculos nos pequenos?
Embora  os cálculos sejam mais comuns em adultos, o número de crianças que sofrem com esse mal é cada vez maior e isso está relacionado, principalmente, ao estilo de vida e aos maus hábitos de alimentação e sedentarismo. Mas as pedras nos rins também podem acontecer por uma herança genética, alterações metabólicas e uso de determinados medicamentos. “Uma criança que bebe pouca água, consome proteína em grande quantidade e ingere muitos alimentos com alto teor de sódio corre um risco maior de ter cálculo renal, mesmo que ela não tenha um fator genético. Se tiver, então, aumenta ainda mais a possibilidade de acontecer”, conta a médica.

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7. Bebês também podem ter cálculo renal?
Por mais assustador que isso possa parecer, as pedras nos rins podem acometer pequenos ainda com meses de vida e estão mais ligadas a causas genéticas. Nesses casos, fica mais difícil saber o que está acontecendo, mas o choro frequente, a irritabilidade e urina mais escura podem indicar um problema renal. Se for o caso do seu filho, é importante procurar rapidamente um pronto-atendimento, como destaca Andreia: “cálculo renal em bebês é algo menos frequente, mas que, quando acontece, é mais grave e precisa ser resolvido rapidamente”.

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