Por que é ainda mais importante tomar a vacina da gripe neste ano
A Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza começa no dia 12 de abril, com bebês, crianças e gestantes no primeiro grupo que receberá a dose.
Uso de máscara, lavagem constante das mãos e isolamento social são medidas indiscutíveis e que estão sendo reforçadas constantemente para preservar a saúde da população diante da pandemia da covid-19. Só que, para além disso, outra forma de garantir o bem-estar social e que ainda demanda lembretes de tempos em tempos é a atualização da carteirinha de vacinação. Desta vez, a dose necessária é contra a gripe.
A Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza começa no dia 12 de abril e termina em 9 de julho. De acordo com o Ministério da Saúde, o primeiro grupo a receber a imunização será o das crianças entre seis meses e seis anos, gestantes, puérperas, além de profissionais da saúde e povos indígenas.
Esta prioridade é uma notícia positiva e importante para pais com crianças pequenas e grávidas, já que ambos não aparecem como prioritários na vacinação contra a covid-19.
Um motivo claro desta diferença é que, diante do que a ciência sabe sobre as cepas da Influenza, já foi possível identificar que crianças e gestantes são suscetíveis aos vírus e, com a vacinação, é possível reduzir a circulação dele e evitar um desdobramento de outra doença em grau pandêmico.
Quem pontua isso é o infecto pediatra Marco Antônio Iazzetti, professor do Curso de Medicina da Universidade Santo Amaro (Unisa), lembrando que a gripe pode resultar em um quadro complicado e que tende a causar infecções bacterianas secundárias ao ficarem mais suscetíveis. Uma situação nada favorável em tempos de pandemia. A vacina entra em cena então, para proteger contra a doença ou, caso a pessoa contraia, que seja desenvolvida de uma forma mais branda.
O especialista ainda esclarece que é apenas por meio da carteirinha de vacinação atualizada que também conseguimos proteger a população como um todo. “Levar a criança ao centro de vacinação é extremamente importante para que você não deixe emergir doenças que estão controladas. Caso contrário, além da covid-19, teremos outras coisas”, reforça. Assim, vacinas que impedem surtos como o de sarampo e meningite também precisam estar em dia.
Outro fator importante a ser levado em consideração neste ano é que com a vacinação, evitamos potenciais idas aos hospitais e postos de saúde, atualmente muito sobrecarregados por conta do coronavírus.
Já nas grávidas…
A obstetra e ginecologista Evelyn Prete enfatiza que a gripe também pode resultar em um quadro respiratório grave e até mesmo no falecimento de gestantes que são contaminadas. Só que além disso, desenvolver qualquer sintoma gripal no momento pandêmico que estamos vivendo pode acarretar em uma série de medidas restritivas que a grávida terá que enfrentar sozinha, levando a mais estresse durante a gestação.
“No momento, todo sintoma gripal é levantado como suspeita de coronavírus. Isso deixará a paciente mais ansiosa, a família com medo, além dela precisar ficar em isolamento até que se prove o contrário. Porém, ao se vacinar contra a gripe, isso diminui a incidência de resfriados por vírus gripais, e não somente da H1N1, favorecendo que gestantes não tenham estes sintomas respiratórios [semelhantes aos do coronavírus]”, explica.
Assim, ainda que haja receio de ir até a um posto de saúde, é fundamental que as necessidades sejam ponderadas. “É importante que as pessoas tenham consciência de que a ida aos hospitais tem que ser evitada ao máximo, mas não ao ponto de prejudicá-las. A vacinação durante a gestação ou mesmo nas crianças é parte de medida de saúde preventiva e deve continuar acontecendo”.