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Ministério da Saúde: 94% das crianças com coronavírus têm sintomas leves

E mais: em 25% dos casos, os pequenos não apresentam sintomas da doença.

Por Alice Arnoldi
Atualizado em 19 mar 2020, 10h03 - Publicado em 17 mar 2020, 12h13
 (d3sign/Getty Images)
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Após a coletiva em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou, pela primeira vez, que crianças já morreram por causa do coronavírus, o assunto voltou a ser discutido pelo Ministério da Saúde, ainda na segunda-feira (16). Dessa vez, o pronunciamento foi um reforço sobre os pequenos não serem os mais propícios a contraírem a doença, ainda que o caso citado tenha acontecido.

“Não falamos de morte, mas de que as crianças ficam doentes. 94% dos sintomas em crianças são leves e 25% não têm sintomatologia. E no único estudo que está documentado e publicado sobre o surto da China, somente uma criança, de sete anos, não sabemos se tinha alguma doença ou comorbidade de base, morreu. As crianças e as grávidas sempre vão ser um grupo para priorizar em uma pandemia. Mas os dados dessa nos mostram que os adultos e os idosos são mais vulneráveis.”, enfatizou a médica Socorro Gross, representante da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (Opas/OMS) no Brasil.

A especialista ainda esclareceu que isso não significa que os pequenos não fiquem doentes. Mas que a probabilidade de eles terem um quadro que evolua ao ponto de precisarem de internação e faleçam em decorrência do coronavírus é menor.

Questionado pelos jornalistas, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis, respondeu sobre o quão viável é realizar testes em todos os casos suspeitos da doença, como havia sido pedido pela OMS.

“O nosso compromisso é continuar fazendo a pesquisa em todos os pacientes que tiverem síndrome respiratória aguda grave (SARS) e forem para o hospital, portanto, todos que internarem está garantido a investigação laboratorial. O mesmo vale para pacientes que forem atendidos nas unidades ambulatoriais sentinelas. Também continuaremos testando em locais em que temos a dúvida sobre a forma de circulação – obviamente não é São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal”.

João Gabbardo também explicou que o pedido por mais testes para que um número maior de pessoas seja atendido está em debate. “É possível que o Ministério da Saúde faça uma aquisição e importação de testes rápidos, que não dependem do envio de material para o laboratório, para ampliar a quantidade de pessoas que serão testadas. Isso ainda está em fase de discussão interna no Ministério da Saúde e com os nossos técnicos, especialistas que estão nos assessorando e nos ajudando nas tomadas de decisões”.

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Até agora…

Na segunda-feira (16), o relatório repassado para o público mostra que o número de casos confirmados é de 234, sendo 152 em São Paulo, 31 no Rio de Janeiro e 12 no Distrito Federal, as principais grandes regiões afetadas. Já a média de idade das vítimas da doença é de 40 anos. As secretarias estaduais de saúde contabilizam, no entanto, 301 infectados, mas os casos ainda não foram inseridos no relatório oficial.

Já terça-feira (17), houve o anúncio oficial da primeira morte confirmada no Brasil em decorrência do coronavírus. Até o fechamento desta matéria, o que se sabe sobre a vítima é que ele era um homem de 62 anos, que estava internado em um hospital particular e sofria de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão. Além disso, ele tinha hiperplasia prostática, quando há um aumento benigno da próstata.

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(Juliana Pereira/Bebê.com.br)
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