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Entenda quais cuidados gestantes devem ter com o coronavírus até o momento

Para auxiliar a prevenção da doença que chegou ao Brasil, a FEBRASGO lançou um documento completo de cuidados para as grávidas.

Por Alice Arnoldi
Atualizado em 13 mar 2020, 18h28 - Publicado em 28 fev 2020, 12h10

No dia 26 de fevereiro, o Brasil teve o primeiro caso de coronavírus (Covid-19) confirmado. O paciente foi um homem de 61 anos, de São Paulo, que voltou para a cidade paulistana após uma viagem para a Itália, onde a doença respiratória também já foi reconhecida. Desde então, os números não param de crescer, o que tem levado instituições da saúde a reunirem informações importantes sobre as precauções necessárias de acordo com os diferentes grupos populacionais, como as grávidas.

No dia 4 de março, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) publicou um comunicado oficial intitulado “Infecção pelo Coronavírus SARS-CoV-2 em obstetrícia. Enfrentando o desconhecido!”. Ele é um compilado de diretrizes do que fazer em caso de gestantes serem diagnosticadas com o coronavírus, mas também como preveni-las da doença.

Já no início do documento, a FEBRASGO explica que as instruções são baseadas nas orientações que surgiram a partir de outras doenças respiratórias semelhantes ao coronavírus, como CoV-SARS, CoV-MERS e, principalmente, o H1N1, pois é um vírus que se alastrou por diferentes regiões do mundo e demandou uma vasta pesquisa para combatê-lo.

Como grávidas podem se prevenir?

Para as mulheres que não correm o risco de contaminação, principalmente por não terem tido nenhum contato com pessoas diagnosticadas com coronavírus ou que têm a suspeita da doença, os cuidados necessários são básicos.

A primeira medida a ser tomada deve ser evitar o contato com pessoas que apresentam algum tipo de infecção respiratória aguda. Entretanto, caso aconteça a proximidade, é importante que as mãos sejam lavadas por, pelo menos, 20 segundos. A medida de higiene também é indicada sempre que houver a saída para o meio público e antes de se alimentar. Não tem água e sabão? Use álcool em gel!

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Também é preciso estar atenta ao ato de limpar as mãos após tossir ou espirrar, usar lenço descartável para higiene nasal e não esquecer da etiqueta respiratória, ato de usar a dobra do braço para cobrir as vias nasais ao tossir ou espirrar em vez das mãos. Inclusive, para evitar contato com qualquer secreção, não esqueça de não compartilhar itens de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas.

    Já para as grávidas que forem colocadas como “caso suspeito“, elas deverão usar máscaras de proteção e quem atendê-las deverá estar equipado com “máscara, luvas, óculos e avental”, como detalha o documento. Além disso, há também o alerta para que essas pacientes fiquem hospitalizadas até que os exames capazes de concluir o laudo sejam feitos. 

    Se a gestante for realmente diagnosticada com o coronavírus, a Federação pontua que ela mostrará sintomas semelhantes aos de quem foi diagnosticado com pneumonia causada pelo H1N1 e outras bactérias atípicas. Por isso, o tratamento indicado será parecido com o dessas doenças, dependendo do grau de sintomas apresentado pela paciente e com atenção para os sinais diferentes que surgirem.

    A mulher adoecida que está no fim da gravidez e tenha dúvidas sobre o parto do bebê, deverá consultar seu obstetra, já que não há uma certeza absoluta sobre qual o melhor método de trazer o bebê ao mundo neste caso. Até o momento, as conclusões estão sendo elaboradas a partir do que se sabe sobre os vírus citados anteriormente.

    Por analogia com mulheres infectadas pelo H1N1CoV-SARS ou CoV-MERS, mulheres em boas condições gerais, sem restrição respiratória, elevada taxa de oxigenação podem se beneficiar do parto vaginal, bem como o feto. No entanto, com restrição respiratória, a interrupção da gravidez por cesárea, a despeito do risco anestésico, seria a melhor opção. Neste caso a anestesia seria um outro desafio”, pontua o documento da instituição. 

    Entretanto, assim como eles alertam, tudo isso deve ser discutido com os médicos que têm acompanhado a gestante, pois “as decisões sobre o parto de emergência e a interrupção da gravidez são desafiadoras e baseadas em muitos fatores”, finaliza a Federação.

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