Imagens reais mostram material gestacional até a 9ª semana de gravidez
Conteúdo é resultado de gestações interrompidas nos estágios iniciais, e os tecidos foram lavados para remover sangue e resíduos menstruais. Veja as fotos!
Talvez você já tenha visto na internet supostas fotos de como seria um bebê bem no início da gravidez, sobretudo em materiais sensacionalistas. A questão, porém, é que essas imagens que exibem um formato de bebê não correspondem à realidade, já que até a 9ª semana o material gestacional ainda está bem no começo do desenvolvimento e não apresenta contornos definidos.
Com o objetivo de esclarecer essa informação, o MYA Network, nos Estados Unidos, deu origem ao projeto The Issue of Tissue (em tradução literal, “a questão do tecido”), que mostra em fotos bem claras o que é eliminado do útero em um aborto realizado nas primeiras semanas.
A intenção ao divulgar essas imagens é combater a desinformação que circula nas redes e no senso comum, levando às mulheres um real conhecimento sobre o funcionamento do próprio corpo. O conteúdo mostrado em placas de Petri (aquelas colocadas sob o microscópio) é resultado de gestações interrompidas nos estágios iniciais, cujos tecidos foram retirados por aspiração manual, permanecendo quase intactos. Em seguida, foram lavados para retirar sangue e revestimento menstrual.
O projeto, além de divulgar as imagens, ainda explicou o som dos chamados batimentos cardíacos que já pode ser ouvido a partir da sexta semana de gestação. Segundo Joan Fleischman, médica, pesquisadora e ativista que fundou o MYA Network, ainda não há coração formado; o que acontece é que as células que irão se unir para dar origem ao órgão já existem e “batem” em conjunto – é daí o som que se escuta no ultrassom.
“Eu fui motivada pelas minhas pacientes a criar este projeto”, conta Fleischman no vídeo de divulgação do projeto. “Algumas vezes, elas escolhiam ver o o próprio tecido gestacional no meu consultório e, quando viam, elas ficavam aliviadas, surpresas ou até intrigadas com o fato de que não se parece em nada com o que elas tinham visto na internet. Vendo essas reações, eu percebi que era importante disponibilizar publicamente essas imagens. Acredito que elas falem por si mesmas”, relata a médica.
Segundo as informações divulgadas pelo projeto, o saco gestacional cresce, em média, 1 milímetro por dia. As especialistas ainda explicam que, caso a mulher sofra um aborto não-intencional ou provoque a interrupção da gravidez ao tomar pílulas abortivas, o que ela provavelmente vai ver é um fluxo menstrual intenso, que pode vir acompanhado de coágulos de sangue de variados tamanhos – diferente das fotos, que mostram apenas o saco gestacional. “(…) por isso pode ser difícil ver o tecido da gravidez, a menos que você o procure propositalmente. Se você estiver grávida de mais de nove semanas e optar por olhar, poderá ver um embrião precoce”, alertam.
Confira, a seguir, o vídeo em que Joan Fleischman apresenta o projeto. Se preferir, clique no ícone da engrenagem > legendas > traduzir automaticamente para acompanhar em português.