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É verdade que o amido de milho ajuda nas brotoejas do bebê?

O amido de milho pode ser usado como um recurso natural de efeito secativo da pele do bebê, diminuindo a incidência das comuns brotoejas.

Por Alice Arnoldi
Atualizado em 8 jul 2021, 17h32 - Publicado em 8 jul 2021, 17h24

Um dos momentos mais gostosos de ter um recém-nascido em casa é poder passar a mão na pele tão aveludada do pequeno. Só que, entre um carinho e outro, os pais podem acabar sendo surpreendidos por sutis problemas de pele característicos do período, como é o caso das brotoejas.

“Dermatologicamente, o nome da brotoeja é miliária e é uma inflamação que ocorre devido a obstrução do ducto das glândulas sudoríparas e há o impedimento da eliminação do suor por elas”, explica André Cherubim, dermatologista pediátrico. A principal causa das brotoejas é a transpiração excessiva, seja pelo bebê estar usando roupas em excesso ou estar em um ambiente fechado, em que não ocorre a ventilação adequada e, consequentemente, ele sua mais.

O especialista ainda explica que os tipos de miliária diferem de acordo com a obstrução das glândulas sudoríparas. Quando o grau é superficial, a pele do bebê tende a formar apenas vesículas, isto é, bolinhas translúcidas; se ele for médio, pode aparecer as famosas bolinhas avermelhadas, que conhecemos como brotoejas. Já se a obstrução for mais profunda, os pequenos podem ter bolinhas amareladas, que lembram espinhas.

Por ser uma condição que facilmente aparece nos bebês, receitas populares com ingredientes caseiros começaram a ser criadas e passadas entre gerações. Uma bastante comum e que tem voltado às redes sociais é a diluição do amido de milho na água do banho do pequeno para diminuir ou impedir o surgimento das brotoejas. Mas será que realmente resolve?

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Pele mais seca, menos tendência à brotoeja 

O pediatra Raul Emeríque Melo, doutor em alergia pela UNIFESP, explica que sim. “O amido de milho seca a pele, não entope os poros e ajuda a diminuir a temperatura, o que por sua vez auxilia na redução da atividade das glândulas de suor”, esclarece o especialista. É preferível que use a farinha misturada na água, seja na do banho ou formando uma pasta para passar no corpo do bebê, em vez do próprio pó.

Só preste muita atenção para não substituí-lo pelo talco tradicional, por achar que ambos têm a mesma função. “Antigamente, se usava muito o talco. Só que ele foi abolido, porque a criança acabava inalando suas partículas e elas não tinham como sair do pulmão”, esclarece o pediatra. Ainda de acordo com Raul, isso não acontece caso pais e filhos acabem aspirando resquícios do amido de milho antes de ser colocado na água.

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Mas e os outros produtos para pele? 

O pediatra também explica que o amido de milho pode ser uma boa escolha aos pais que querem um produto natural e acessível. Entretanto, André lembra que existem muitos produtos disponíveis no mercado que são específicos para o caso, além de serem dermatologicamente testados para o público infantil.

“O tratamento mais indicado para miliária seria deixar a criança em ambientes mais arejados e usar roupas mais leves, porque ela pode se resolver sozinha em questão de dias. Se for um caso um pouco mais profundo, às vezes, é necessário o uso de cremes mais secativos ou hidrantes associados às loções secativas, que vão diminuir o suor na área e as lesões”, explica o dermatologista pediátrico.

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Ele ainda ressalta que caso as brotoejas estejam demorando para sumir ou comece a aparecer lesões amarelas junto às avermelhadas, é importante que os pais procurem por um dermatologista ou o pediatra para que ele possa analisar o caso e seguir com o tratamento adequado para o pequeno.

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