É verdade que grávidas não podem usar produtos com ácido salicílico?
Entenda por que ele é prejudicial durante a gestação e saiba qual pode ser seu substituto nos cuidados com a pele oleosa e acneica
Se você não é muito ligada ao skincare, talvez nem tenha percebido que diversos produtos – possivelmente até alguns que estão aí na sua bancada – contêm ácido salicílico. Sabonetes, tônicos, séruns e outros itens usados para tratar acne, poros dilatados e para controlar a oleosidade da pele são alguns exemplos desses cosméticos. Mas, afinal, o que é esse ácido?
“Trata-se de um beta-hidroxiácido que tem propriedades queratolíticas, ou seja, de afinar a pele. Além disso, ele ajuda no controle da acne, da oleosidade e também tem propriedades anti-inflamatórias“, explica a dermatologista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia Cláudia Sandri. Já dá para ter uma ideia do porquê ele é tão queridinho, não é mesmo? A médica conta ainda que ele pode ser utilizado no tratamento de doenças como a dermatite seborreica, a psoríase e a ictiose.
É verdade que grávidas não podem usar ácido salicílico?
Sim. Cláudia explica que, por ter uma grande capacidade de absorção pela pele, o ácido salicílico não é recomendado para gestantes. “Casos de intoxicação pelo ácido salicílico em alta concentração de uso tópico (Salicilismo) e em áreas extensas da pele podem ocorrer”, conta a dermatologista, que acrescenta: “Apesar de não existirem relatos de efeitos adversos durante a gravidez em seres humanos, há relatos de teratogenicidade em estudos com animais”. Um teratogêneo, vale explicar, nada mais é do que qualquer fator que pode levar a um desenvolvimento anormal do feto, ou seja, a uma malformação congênita.
Já durante a amamentação, Cláudia ressalta que seu uso em preparações de baixa concentração é permitido, e até em preparações mais fortes para peelings, por exemplo – mas sempre com o aval da dermatologista que faz o acompanhamento e os procedimentos.
Então como cuidar da pele durante a gestação?
Aqui, a dica é buscar produtos que substituam o ácido salicílico, mas não coloquem o bebê em risco. “O ácido glicólico, por exemplo, pode ser utilizado [em concentração de] até 10% e ajuda no controle da oleosidade e na questão dos poros”, orienta Cláudia. Já em tratamentos para controle da acne, a profissional destaca o peróxido de benzoíla e a clindamicina, mas reforça o alerta: “Sempre busque orientação médica em caso de gestação. Cada paciente necessita de um tratamento individualizado.”