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É verdade que banho frio ajuda a abaixar a febre do bebê?

A prática, popular entre os mais velhos, não é recomendada pelos médicos pois pode causar dor nas crianças e não ser efetiva de fato.

Por Alice Arnoldi
Atualizado em 11 abr 2023, 17h47 - Publicado em 22 out 2021, 10h00
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 (Victoria Daud/Bebê.com.br)
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Sabemos que uma das grandes aflições de pais com crianças pequenas é perceber que repentinamente a temperatura corporal do filho aumentou. Na ânsia de contornar o quadro, começa-se a cogitar se é uma gripe, virose ou outra doença que tem a febre como um dos sintomas.

E é aí, no desespero, que revisitamos velhos conselhos, como a popular prática de dar um banho gelado no pequeno para que o termômetro acuse uma temperatura menor que 37.8°C, limite para não ser considerado febre. Mas pouca gente sabe que a atitude não é recomendada pelos especialistas mais atualizados, principalmente porque pode ser dolorosa para o pequeno.

“O organismo está todo preparado para aumentar a temperatura e quando vem uma mais baixa, com o banho gelado, normalmente isso o irrita e pode chegar até a doer. Inclusive, algumas crianças podem chorar por causa disso”, explica a infectopediatra Adriana Maria Paixão, da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

A elevação da temperatura pode fazer parte do conjunto de sintomas de uma doença mais grave, mas não obrigatoriamente. “A febre é uma resposta do organismo a uma ação externa desconhecida. Ele percebe que tem algo diferente e responde liberando algumas citocinas que vão acabar levando a este aumento de temperatura”, completa a especialista.

A pediatra Carolina Peev, do Hospital Infantil Sabará, também esclarece que o banho frio pode ter o efeito perigoso de choque térmico. “Ele pode levar a cianose das mãos (quando fica roxa), da boca, tremores e palidez, o que pode confundir o cuidador, levando-o a pensar que é uma infecção mais grave que está acontecendo”, detalha.

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A imersão em água gelada também não é vista como um recurso que consegue abaixar a febre do bebê em alta escala e por muito tempo. Assim, Carolina reforça que a prática não é recomendada, visto que o mal-estar causado pela experiência é maior do que a possibilidade dela solucionar a elevação da temperatura.

Então, o que fazer em casos de febre?

A infectopediatra sinaliza que é preciso atenção dos pais para que eles possam perceber se a febre está acompanhada de outros sinais, como prostração, para saber se ela indica alguma doença. Ou se é um caso mais básico em que a temperatura corporal aumenta por excesso de roupas, por exemplo.

Para descartar a hipertemia, Adriana recomenda que os pais retirem o pequeno do cobertor, diminuam as vestimentas e percebam se isso faz com que o corpo do bebê volte à temperatura normal. Se mesmo assim a febre persistir, é o momento de administrar um antitérmico que a criança já usou e na dosagem correta recomendada pelo pediatra previamente.

A medicação tende a ser indicada caso a criança apresente febre, mas continue comendo, brincando e dormindo normalmente. Entretanto, é fundamental que o pediatra seja buscado sempre que surgir qualquer dúvida e nas circunstâncias a seguir: caso o pequeno fique apático, apresente sintomas secundários (como vômito), ou se a temperatura elevada não cessar depois de dois a três dias, mesmo que a criança esteja disposta. “Ele verificará se há algum foco infeccioso ou tratamento específico a ser realizado”, finaliza a especialista.

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