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Criança e bebês são as primeiras vítimas fatais do sarampo de 2020

Mortes foram registradas em três estados brasileiros e reforçam a importância de manter a carteirinha de vacinação em dia para evitar a doença

Por Chloé Pinheiro
Atualizado em 4 mar 2020, 17h49 - Publicado em 4 mar 2020, 17h10

Depois de mais de uma década livre do sarampo, o Brasil volta a conviver com a doença pelo terceiro ano consecutivo. Três mortes foram confirmadas em 2020: uma bebê de cinco meses em Rondônia, outro de oito meses no Rio de Janeiro e uma criança cuja idade não foi revelada em São Paulo. 

Em 2019, foram mais de 18 mil casos em 526 municípios brasileiros, com 15 vítimas fatais. Ainda não há números nacionais deste ano, mas São Paulo já confirmou 280 infectados da doença e diversos outros estados registram casos. A vítima fatal paulista não tinha sido vacinada, segundo a Secretaria de Saúde estadual, e sua morte ocorreu em outubro – a confirmação do diagnóstico é que foi feita nesta semana. 

Vale lembrar que o período de transmissão clássico do sarampo está começando. Como a gripe, ele tende a aumentar de circulação durante os meses mais frios, graças ao aumento das aglomerações em ambientes fechados. Isso porque é altamente transmissível: uma pessoa pode passar o vírus para outras 18

Nos vírus como o coronavírus, para se ter ideia, essa taxa é de uma para três. Só que, no caso do sarampo, existe uma vacina altamente eficaz para evitar o contágio. Os baixos índices de cobertura vacinal no Brasil e no mundo são considerados os principais responsáveis pela volta da doença depois de anos erradicada em boa parte do mundo. 

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O perigo do sarampo

Em cerca de 30% dos casos, o sarampo pode apresentar uma ou mais complicações. Entre elas, convulsões, infecções no ouvido, conjuntivite e até mesmo quadros como lesão cerebral e pneumonia. Crianças menores de cinco anos estão entre o público mais sujeito às versões graves da doença. 

Os principais sintomas do sarampo são febre, tosse seca, irritação ocular, coriza e mal-estar intenso. As famosas manchas avermelhadas aparecem alguns dias depois, geralmente no rosto, para só então se espalharem. Não existe um tratamento específico para a doença, os médicos lidam com os sintomas. O quadro regride sozinho na maioria das vezes.

Campanha de vacinação

Este ano, a campanha de vacinação do Ministério da Saúde foca em crianças e jovens de 5 a 19 anos que não receberam o esquema completo da tríplice viral, contra sarampo, rubéola e caxumba. Felizmente, quase 100% das crianças pequenas estão vacinadas graças aos esforços do ano passado. Em outubro de 2019, eram menos de 60%.  

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Além disso, a vacina está disponível o ano inteiro na rede pública de saúde para os bebês, no seguinte esquema: uma dose extra entre os seis meses e um ano, uma dose padrão aos 12 meses e uma segunda aos 15. 

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