Em 5 de janeiro, mesmo dia que o Ministério da Saúde inseriu crianças de cinco a 11 anos no Plano Nacional de Operacionalização contra Covid-19, o governo de São Paulo explicou como pretende imunizar o público infantil dentro da faixa etária. Em nota oficial, o governador João Dória informou que o estado paulista tem estrutura para vacinar todas as 4,3 milhões de crianças da faixa etária indicada com pelo menos uma dose, em três semanas.
Como aconteceu com a vacinação dos adultos, existe a prioridade de proteger inicialmente 850 mil integrantes do público infantil com comorbidades, deficiências, que sejam indígenas e/ou quilombolas, depois seguindo por idade. “A capacidade da vacinação infantil em São Paulo é de cerca de 250 mil crianças por dia e há 5,2 mil locais de vacinação disponíveis em todo o estado, número que deverá ser ampliado com postos volantes em escolas da rede estadual“, informou o documento.
Segundo Dória, o planejamento já está pronto desde o fim do ano passado. No entanto, o seu início efetivo só é possível a partir da liberação das doses pediátricas pelo Ministério da Saúde. Estima-se que cerca de 3,7 milhões de vacinas infantis serão entregues ainda em janeiro pela Pfizer/BioNTech.
O imunizante utilizado será o Comirnaty, aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária no dia 16 de dezembro, com a recomendação de duas doses de 10 microgramas (µg), em um intervalo de 21 dias.
A Secretaria de Estado da Saúde também informou que já houve a aquisição de 9 milhões de seringas e agulhas especificamente para a imunização deste público infantil, além da produção e distribuição de 4,5 milhões comprovantes de vacinação específicos para os pequenos. Enquanto que o dos adultos é verde, o das crianças será amarelo, com a hashtag “#VacinaJá” colorida.
Recentemente, a Secretaria também informou que São Paulo não pedirá prescrição médica para a vacinação infantil ser realizada, assunto que estava em pauta pelo Ministério da Saúde em consulta pública, que permaneceu aberta até o dia 3 de janeiro. Depois que a maioria dos participantes se mostrou contrária, o Ministério decidiu não exigir a obrigatoriedade da prescrição.
Ainda sem resposta…
Um dia antes da liberação da Pfizer pela Anvisa, o Instituto Butantan solicitou o uso da CoronaVac em crianças a partir de três anos até adolescentes de 17 anos. Desde então, a agência reguladora brasileira tem 30 dias para apresentar uma resposta sobre o pedido.
Esta é a segunda solicitação submetida à Anvisa pelo Butantan, sendo a primeira realizada em julho de 2021, mas negada com a justificativa de que os dados eram limitados para garantir a eficácia e segurança do imunizante à faixa etária.
Desde o segundo pedido, o governo de São Paulo informou que já reservou 12 milhões de doses da CoronaVac para a possível imunização do público infantil, que fazem parte de um lote de 15 milhões de imunizantes que estão parados no Butantan.