Tristeza no pós-parto: como diferenciar baby blues e depressão

Entenda quando o cansaço do pós-parto é mais que isso e quando é necessário buscar ajuda especializada

Por Redação Pais e Filhos
4 jun 2025, 07h00

Os primeiros dias depois do nascimento de um bebê são marcados por transformações intensas — no corpo, na rotina e nas emoções. Em meio ao cansaço e à adaptação à nova realidade, muitas mães se veem diante de sentimentos inesperados, como tristeza, irritabilidade e ansiedade. Entender a origem dessas emoções é fundamental para saber quando elas fazem parte do processo de adaptação e quando podem indicar algo mais sério, como a depressão pós-parto.

O que é baby blues e por que ele é comum?

Sentir-se mais sensível, chorosa ou insegura nos primeiros dias após o parto é algo bastante comum. Essa condição, conhecida como baby blues, afeta até 70% das mães e está relacionada às alterações hormonais e emocionais do pós-parto imediato. As oscilações de humor costumam aparecer entre o segundo e o quinto dia após o nascimento do bebê e tendem a desaparecer sozinhas em cerca de duas semanas.

Durante esse período, é normal que a mãe se sinta sobrecarregada, chore sem motivo claro, tenha dificuldade para dormir ou para se concentrar. Embora esses sentimentos possam gerar desconforto, eles não impedem a mãe de cuidar do bebê e de se conectar emocionalmente com ele. A principal característica do baby blues é justamente sua natureza passageira e autolimitada.

E quando é mais do que cansaço? Entenda a depressão pós-parto

Diferente do baby blues, a depressão pós-parto é uma condição de saúde mental mais séria, que pode se manifestar nas primeiras semanas após o nascimento ou até meses depois. Estima-se que entre 10% e 15% das mulheres passem por esse transtorno, que pode durar meses ou, sem tratamento adequado, mais de um ano.

Entre os principais sinais estão a tristeza persistente, sensação de inutilidade ou culpa, perda de interesse por atividades do dia a dia, alterações no apetite e no sono (tanto insônia quanto sono excessivo), dificuldade de criar vínculo com o bebê e, em casos mais graves, pensamentos de machucar a si mesma ou o bebê. Diferentemente do baby blues, esses sintomas não desaparecem sozinhos e afetam diretamente a capacidade da mãe de cuidar de si e do filho.

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Como saber a diferença entre baby blues e depressão?

Embora alguns sintomas possam parecer semelhantes, existem aspectos importantes que ajudam a diferenciar as duas condições:

  • Duração: o baby blues costuma desaparecer em até 14 dias, enquanto a depressão pós-parto persiste além desse período.
  • Intensidade: os sentimentos ligados ao baby blues são mais leves e oscilam ao longo do dia. Já na depressão, há uma tristeza mais constante e profunda.
  • Impacto na rotina: na depressão, as emoções comprometem o funcionamento diário e a capacidade da mãe de se envolver com o bebê e com outras atividades.
  • Necessidade de tratamento: o baby blues se resolve naturalmente, enquanto a depressão pós-parto requer acompanhamento especializado.

Por que é importante estar atento aos sinais?

Muitas vezes, mães com depressão pós-parto demoram a reconhecer que estão enfrentando um problema de saúde. Sentimentos como vergonha, culpa ou o medo de serem julgadas podem dificultar a busca por ajuda. Por isso, é essencial que a rede de apoio — pais, familiares, amigos e profissionais de saúde — esteja atenta aos sinais e disponível para acolher e orientar.

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Vale lembrar que a depressão pós-parto não está relacionada à qualidade da maternidade ou ao amor pela criança. É uma condição médica que pode afetar qualquer mulher, independentemente de idade, classe social ou histórico emocional. Com o tratamento adequado, que pode incluir psicoterapia e, em alguns casos, medicação, é possível recuperar o bem-estar e fortalecer os vínculos familiares.

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