No dia 12 de agosto de 2017, Carol Castro deu à luz Nina, sua primeira filha com o violinista Felipe Prazeres. Na época, a mamãe fez um post nas redes sociais para anunciar a novidade e contar que a pequena chegou ao mundo por meio de um parto normal. “Foi lindo, verdadeiro, mágico e transformador. Do jeito que sonhei. Na hora que ela quis”, comentou.
Já nesta segunda-feira, 13, a atriz revelou nas redes sociais outros detalhes do nascimento da primogênita. Emocionada, ela falou sobre os sentimentos que vivenciou: “Naquelas contrações infindáveis acontece o grande encontro com a tal da dor – a tão temida. Mas que nada mais é do que um pouco de nós se esvaindo, abrindo espaço para uma nova realidade que irá nascer junto com aquele bebê que dança dentro de você para chegar ao mundo“.
A artista também afirmou que o apoio da doula foi essencial, assim como do pai de Nina, e que se sentiu conectada com a filha o tempo todo. “Foram algumas horas de um encontro muito forte com meus limites e meus instintos. Virei bicho. Dei à luz como vim ao mundo… Sem pudores, sem amarras. Andava em círculos, de olhos fechados, entrava e saía da água, buscava minha posição. Tinha minha liberdade de escolha”, escreveu.
No final do depoimento, a mamãe relatou o momento em que finalmente recebeu a filha nos braços: “Nosso primeiro contato fora da barriga foi mágico. Não conseguia tirar os olhos de cada pedacinho daquele ser que tinha acabado de sair de dentro de mim! E pude, então, conversar com ela, dessa vez olhando-a nos olhos. E foi assim que chegamos juntas ao mundo. A 1ª vez dela. E a 2ª vez minha“.
Leia o texto na íntegra:
Esperei a extero-gestação se concluir. O primeiro ciclo a se fechar. Para, então, poder me permitir relembrar o parto. Tão intenso. Na minha concepção, leiga e visceral. Na minha experiência, o parto veio de partir, ir embora. Porque aquele velho EU, aquele ‘EU-ainda-filha’ parte. Se vai abrindo caminho para o ‘EU-Agora-Mãe’. Pode também ser ‘parto’ de partir ao meio. Ou por que não mesmo em pedaços? Porque para se deixar ir é preciso se partir em muitos estilhaços de quem já fomos um dia. E é isso que acontece. Deixamos de ser quem éramos para dar vida ao novo que chega e, assim, renascermos junto. Naquelas contrações infindáveis acontece o grande encontro com a tal da dor – a tão temida. Mas que nada mais é do que um pouco de nós se esvaindo, abrindo espaço para uma nova realidade que irá nascer junto com aquele bebê que dança dentro de você para chegar ao mundo. Sim. É claro que dói deixar de ser. Para renascer é preciso partir, repartir, deixar doer. Para então superar. Sair mais forte dessa experiência arrebatadora que é trazer uma vida para esse imenso universo. E é ali, naquelas horas de ‘partir’, que nos encontramos dentro da ‘caverna’. Naquele lugar primitivo só seu onde tantas mulheres antes de nós já estiveram um dia. Onde a natureza foi divinamente feita para tal ato milagroso: o de dar à luz. Depois de tantos meses de preparo, de construção, chega o grande dia de trazer ao mundo aquele ser que cresceu junto com você. A cada dia, a cada mês. Dentro e fora. É chegada a hora – o ‘boa hora’ que tanto escutamos!
O instinto fala mais alto. E, como numa dança, ele e a criança bailam por entre os ritmos perfeitos do trabalho de parto. A cada contração e a HORA, a grande e aguardada hora, está mais próxima. É nisso que precisamos focar para chegar lá. Não é na dor que, sim, é tamanha – ainda mais sem nenhum tipo de anestesia. Mas assim é melhor para ela e para mim. Que seja! E a cada contração, você se sente mais próxima. É uma a menos para ter seu bem maior nos braços. É como ouvi uma voz angelical* dizer em meu ouvido: “a dor é sua, é do seu tamanho. Você aguenta. Você foi feita pra isso”.
*minha Doula -maravilhosa – Diana.
Eu falava com a Nina o tempo todo! Estávamos conectadas. Juntas naquela missão de chegada. A dela e a minha como mãe. Foram algumas horas de um encontro muito forte com os meus limites e os meus instintos. Virei bicho. Dei à luz como vim ao mundo… Sem pudores, sem amarras. Andava em círculos, de olhos fechados, entrava e saía da água, buscava minha posição. Tinha minha liberdade de escolha. E me conectava com a escolha dela.
Lembro que ouvi alguém perguntando sobre a bolsa. E eu, num momento de lucidez dentro do transe, lembrei: ‘meu Deus, a bolsa!’. Ainda não tinha estourado e eu estava há algum tempo em trabalho de parto.
Não tive dúvida e gritei bem alto: ‘Vem Nina! Estoura essa bolsa e vem!’. Milagrosamente (ou coincidentemente pra quem não acredita), dois segundos depois a bolsa estourou. Tive certeza (mais ainda) de que estávamos muito unidas naquela dança da vida. Nunca esquecerei do grito gutural que dei no momento em que ela chegou. Foi um ‘vem filha’ , ‘vem que estou te esperando’, ‘vem que quero te sentir nos braços’. E assim foi. De mãos dadas com Felipe, a chegada dela. O encontro da minha pele com a pele dela. Nosso primeiro contato fora da barriga foi mágico. Não conseguia tirar os olhos de cada pedacinho daquele ser que tinha acabado de sair de dentro de mim! E pude, então, conversar com ela, dessa vez olhando-a nos olhos. E foi assim que chegamos juntas ao mundo. A 1ª vez dela. E a 2ª vez minha. Nascer de novo é uma experiência difícil de descrever. Só sei que a tenho gravada em cada célula do meu corpo. Entre o cansaço e o alívio, a sensação de ter transbordado um amor em forma de Nina. ❤ ( Depois falarei sobre o pós parto… Esse ciclo também precisa de uma atenção muito especial. É muito desafiador e delicado. Poucos falam sobre) #saudesemprenina #partohumanizado #meusrabiscos