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18 questões sobre sexo no pós-parto

Retomar a vida sexual depois que o bebê nasce nem sempre é uma tarefa fácil para os novos pais. Saiba como lidar com isso e não deixar a relação esfriar.

Por Maria Luiza Lara (colaboradora)
Atualizado em 22 ago 2019, 15h16 - Publicado em 30 mar 2015, 19h22

1. Quando a mulher pode voltar a ter relações sexuais?

De 30 a 40 dias depois do parto. “O interior do útero estará se refazendo das mudanças ocasionadas pela gravidez”, explica Eduardo Vieira da Motta, ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo. Além disso, nessa fase, a penetração, além de dolorosa, aumenta o risco de a mulher desenvolver algum tipo de infecção no útero. “Mas interromper a relação sexual não significa interromper as carícias e o contato entre o casal”, alerta Margareth Mello dos Reis, psicóloga clínica e terapeuta sexual e de casais do Instituto H. Ellis, em São Paulo.

2. Se estiver se sentindo bem antes da alta médica, as relações estão liberadas?

O recomendado é que não. Independentemente de ter sido realizado um parto vaginal ou uma cesárea. Lembre-se: seu organismo está se recuperando e isso leva tempo.

3. No caso de ter sido necessário recorrer ao fórceps ou a ventosas, o retorno a vida a dois muda?

Não. O tempo de espera é o mesmo: de 30 a 40 dias.

4. No parto normal, mulheres que tiveram bebês muito grandes ou que foram sujeitas a um parto demorado têm mais problemas para se adaptar?

Depende. Algumas vezes, esses partos exigem demais da musculatura vaginal. A consequência disso é a redução do tônus muscular na região. O que os médicos recomendam, nesse caso, é a prática de exercícios locais. Isso ajudará a retomar a vida sexual com o mesmo prazer de antes da gravidez.

5. O parto normal muda a parte interna da vagina? Ela volta ao que era antes?

Sim, mas para isso a mulher deve investir em exercícios. O tecido vaginal e a musculatura ao seu redor são elásticos para permitir a passagem do bebê. Eles estão preparados para todo esse processo. Porém, para a recuperação, é indispensável fazer exercícios específicos para fortalecer os músculos da vagina. O ginecologista pode prescrever alguns deles.

6. Pode ser preciso uma intervenção cirúrgica?

Sim, mas apenas em casos extremos, de partos muito traumáticos, e quando os exercícios não foram suficientes.

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7. Em caso de cesárea, é preciso esperar ela cicatrizar para voltar a fazer sexo?

Sim. E esse tempo gira em torno de 30 a 40 dias. A restrição é necessária porque existe o risco, apesar de raro, de o corte infeccionar.

8. O sexo no pós-parto pode mudar e ser menos prazeroso?

A libido da mãe e do pai pode ser alterada pela rotina da casa, que passa a se pautar pelos choros do recém-nascido e pelas novas preocupações. Assim, a disponibilidade e a importância dada para as relações sexuais mudam e interferem na dinâmica do casal. Fisiologicamente, o sexo no pós-parto não é menos prazeroso. Há relatos de casais que consideram exatamente o oposto. Mas para isso é importante que marido e mulher tenham, além do planejamento de ter um filho, o hábito de conversar a respeito do que eles podem fazer para preservar a vida a dois. E atenção, o carinho, a cordialidade e a capacidade de se colocar no lugar do outro devem fazer parte do relacionamento.

9. É normal a lubrificação diminuir?

“Após o parto, os níveis hormonais da mulher ficam mais baixos e isso faz com que a mucosa vaginal fique ressecada e menos lubrificada”, explica Eduardo da Motta. A própria prolactina, o hormônio que tem a função de estimular a produção de leite, não ajuda muito e pode inibir a libido da mulher e, por consequência, a lubrificação. Enquanto a mãe estiver amamentando, esse quadro pode se prolongar.

10. É normal sentir dor nas primeiras relações?

A dificuldade na lubrificação pode dificultar o sexo e às vezes causar dor e desconforto. A tendência é que, com o retorno da menstruação, os hormônios se estabilizem e o sexo volte a ser prazeroso do início ao fim.

11. As relações podem ser dolorosas e boas, alternadamente? O que pode estar gerando o desconforto esporádico?

Depois que o corpo está recuperado do parto, não existe uma razão física para sentir dor. O problema, em geral, está ligado à redução da libido. E essa diminuição tem muitas causas, como as noites sem dormir, o cansaço, a baixa autoestima por causa da insatisfação com o corpo – flacidez no abdômen, excesso de peso. Agora, se você perceber que seu prazer reduziu – e muito -, vale a pena procurar a ajuda de um especialista.

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12. Existem tratamentos, remédios e formas de contornar a situação?

Até que os hormônios se estabilizem – e isso costuma acontecer com o retorno da menstruação -, o casal pode lançar mão de produtos lubrificantes vaginais. Exercícios físicos e de relaxamento também são aliados da libido.

13. Existem posições mais indicadas para essa fase?

Não. Existem as posições em que o casal se sente mais confortável.

14. Há algum problema em fazer sexo anal nesse período?

O sexo anal é visto por alguns casais como uma alternativa ao período de resguardo. Mas vale saber que ele aumenta o risco de a mulher desenvolver uma infecção, principalmente no útero. “Nesse período de recuperação, é melhor evitá-lo”, alerta o ginecologista Eduardo Vieira da Motta, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

15. Tudo bem receber sexo oral no pós-parto?

Sim. Não há contraindicações para o sexo oral.

16. Durante uma relação, o leite pode jorrar? Como lidar com isso?

A reação a esse e a muitos outros imprevistos que surgem na vida vai depender do casal e do relacionamento que foi construído antes mesmo de se pensar na gravidez. Há quem veja o leite jorrar durante o sexo com naturalidade e quem ache nojento. Mas uma dose de bom humor e cumplicidade é essencial e faz com que ambos superem tais situações com facilidade.

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17. E quando o homem sente dificuldades de retomar a rotina sexual?

Não é só a mulher que enfrenta desafios no pós-parto. O homem passa por uma revolução – menos hormonal e mais emocional. Com a chegada do pequeno, ele assume um novo papel, o de pai. E, para muitos, mãe e sexualidade não combinam. “No imaginário ocidental, a maternidade não combina com o sexo. Essa divisão de sexo como pecado, como algo negativo, acaba não batendo com a pureza cobrada da maternidade”, explica Theo Lerner, ginecologista e especialista em sexualidade do Instituto Paulista de Sexualidade. Para completar, o bebê vira o centro das atenções e, por consequência, não raro maridos e companheiros se sentem abandonados pelas mulheres. Aos homens, sobra frustração. E esse cenário só muda e evolui com um remédio: o diálogo franco, sincero e respeitoso.

18. O que fazer quando o sexo é interrompido pelo choro do bebê?

De fato, poucas coisas cortam o clima de um casal como um choro de criança. O ideal é investir em uma aproximação em momentos em que o bebê esteja dormindo. Mas, como todos sabem, os pequenos podem ser imprevisíveis. Por isso, a saída é contar com uma rede social de apoio (babá, mãe, sogra e afins) para conseguir um tempo para o casal namorar. Caso nada disso seja possível – e ele gritar na hora H -, resolvam o problema da criança e, se houver vontade e interesse, voltem de onde pararam. Sem grandes dramas, é preciso levar a vida com leveza!

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