Produtos de beleza para grávida: o que observar e evitar na hora da compra
Nem todos os cosméticos usados antes da gestação podem continuar sendo aplicados sem riscos. Veja alguns cuidados fundamentais
No momento em que o resultado positivo aparece no teste de gravidez, tudo muda e vem a descoberta de que aquele corpo não é mais só seu – e que assim será pelos próximos meses. Várias certezas viram dúvidas. Você não sabe mais se pode comer o que sempre comeu, se exercitar como antes e até se pode manter a mesma rotina de autocuidado. E aí, os cosméticos entram nessa lista. “Como a pele é um órgão que absorve as substâncias e algumas delas passam para a corrente sanguínea, o melhor é usar produtos de beleza certificados, que já foram testados e são seguros tanto para a mamãe como para o bebê”, explica a dermatologista Carolina Milanez, do Hospital Geral de Carapicuíba (SP) e do Hospital Heliópolis (SP).
Para evitar problemas, apontamos aqui 6 cuidados fundamentais ao escolher os cosméticos que a grávida usará ao longo da gestação. E lembre-se: na dúvida, é sempre essencial conversar com seu médico de confiança, ok?
1. A composição
Algumas substâncias comumente utilizadas no dia a dia podem ser prejudiciais na gravidez. Por isso, é importante conferir o rótulo, com a indicação e os ingredientes que compõem a fórmula. Carolina lista alguns exemplos de ativos dos quais você deve fugir:
- Ácido retinóico e adapaleno: presentes em cremes para acne e rejuvenescedores. Não são indicados para gestantes pelo risco de malformações do feto e de aborto.
- Ácido salicílico: não é 100% proibido, entretanto, se puder, o melhor é evitar. “Não há estudos realizados em gestantes, mas, em alguns animais, provocou efeitos colaterais. Em certos casos, com indicação médica, o benefício pode justificar o risco”, diz a dermatologista. É possível que ele seja um dos ativos de sabonetes, cremes para acne e para pele oleosa.
- Hidroquinona: a substância clareadora não é recomendada para gestantes porque pode ter efeito contrário. Em vez de clarear manchas de melasma, intensificá-las.
2. Menos é mais
A quantidade de substâncias também conta. “Quanto menos componentes a fórmula tiver, menos conservantes foram usados”, afirma a especialista. Logo, segundo ela, mais seguro o cosmético tende a ser.
3. A concentração
Alguns componentes podem ser usados nos produtos de beleza, mas com uma concentração diferente. É o caso da ureia. “Frequentemente está nos hidratantes. Nos cremes para gestantes, há um limite de até 3%”, exemplifica.
4. Cheirinho discreto
Prefira produtos sem cheiro ou com uma fragrância suave. Ainda que você goste de aromas mais marcantes, existe a possibilidade de que, na gravidez, sua tolerância a esses odores seja menor. “Durante a gestação, o olfato fica mais apurado e as mulheres podem ficar mais sensíveis aos cheiros”, afirma a médica.
5. Natural? Nem sempre
Muita gente se engana e acredita que itens vendidos como “naturais” ou “orgânicos” são sempre seguros para a gestante, mas isso não é verdade. “Não significa que a composição seja isenta de riscos como o de causar alergias na pele”, aponta Carolina. Receitas caseiras, a exemplo das que usam plantas ou frutas, também não são indicadas por ela. “Algumas frutas, em contato com a pele, podem causar manchas na pele da gestante”, orienta.
6. O que vale para todos – e para a grávida também
Durante a gravidez, é ainda mais importante seguir as recomendações de uso seguro dos cosméticos, que servem para todos, em qualquer fase da vida. A especialista diz que é necessário se atentar à data de vencimento dos produtos, fazer testes em pequenas áreas da pele antes de aplicar em grandes regiões (para entender se pode haver reação), lembrar de retirar a maquiagem antes de dormir e, ao usar esmaltes com cheiro forte, fazer a aplicação em local com bastante circulação de ar, para não correr o risco de passar mal.