Em 2019, a norte-americana Timika Thomas, mãe de quatro filhos, decidiu expandir a família com o marido. Como enfrentou dificuldades para engravidar, ela fez uma fertilização in vitro (FIV). O que o casal não esperava, porém, era que, após um erro em uma unidade da rede de farmácias CVS, em Las Vegas, um funcionário acidentalmente desse à mulher um medicamento usado para aborto.
Depois que a FIV foi realizada e dois embriões foram implantados, Timika recebeu a prescrição de um remédio destinado a estimular a produção de hormônios e iniciar a gravidez. Ela tomou duas das doses necessárias, mas logo percebeu que algo estava errado, pois sentia cólicas muito intensas. Após verificar o frasco, constatou que o medicamento era uma pílula abortiva.
Documentos obtidos pelo veículo de notícias local 8 News Now detalharam como dois técnicos e dois farmacêuticos cometeram uma série de erros, o que resultou na perda gestacional da mulher.
De acordo com o material, uma técnica – acreditando que conhecia o nome genérico do medicamento receitado pelo médico – inseriu o nome errado na prescrição. Um farmacêutico não percebeu o equívoco e outro deixou de conferir a informação com Timika quando ela foi buscar o produto na farmácia.
Denúncia às autoridades locais
A mulher apresentou uma queixa ao Nevada State Board of Pharmacy (Junta de Farmácia do Estado de Nevada, em tradução livre), que se reuniu em setembro deste ano. Após o testemunho dela sobre a experiência, os dois farmacêuticos foram multados e tiveram suas licenças suspensas temporariamente.
Segundo os documentos da Junta, se ambos evitarem ações disciplinares nos próximos 12 meses, pagarem suas multas e completarem créditos de educação contínua, suas licenças serão reinstaladas. A CVS também foi multada no valor máximo permitido pela lei americana, US$ 10 mil, por sua responsabilidade pelos erros dos funcionários.
Em um comunicado, a rede declarou: “Pedimos desculpas à nossa paciente pelo incidente com a receita, que ocorreu em 2019, e cooperamos com a Junta de Farmácia de Nevada nesse caso. A saúde e o bem-estar de nossos pacientes são nossa prioridade número um e temos políticas e procedimentos abrangentes para garantir a segurança das prescrições. Erros de prescrição são muito raros, mas, se um ocorrer, tomamos medidas para aprender com ele, a fim de melhorar continuamente a qualidade e a segurança dos pacientes.”