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Hormônios da gravidez potencializam riscos do vírus H1N1, aponta estudo

Pesquisa conduzida por cientistas brasileiros, americanos e indianos demonstra que o desequilíbrio hormonal da gestação abre portas para que esse agente infeccioso cause ainda mais prejuízos.

Por Luiza Monteiro
Atualizado em 28 out 2016, 05h37 - Publicado em 29 abr 2016, 16h17
Dirima/Thinkstock/Getty Images
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O H1N1 não para de provocar estragos: até o último dia 16 de abril, o Ministério da Saúde contabilizou 1 365 casos de síndrome respiratória aguda grave provocados pelo vírus, um dos causadores da gripe. Entre os grupos de risco para a doença estão as gestantes, que devem se vacinar para se proteger da infecção. A ação do micro-organismo no corpo da grávida ainda está sendo investigada pela ciência, mas uma pesquisa recente trouxe novos – e importantes – achados sobre o comportamento do H1N1 na gestação.

O estudo, feito por especialistas brasileiros, americanos e indianos, foi publicado no periódico International Journal of Health & Allied Sciences. Os cientistas descobriram que a alteração hormonal típica da gravidez favorece a ação do vírus, levando a um agravamento do quadro gripal e propiciando outras complicações. Para chegar a essa conclusão, os estudiosos recrutaram, entre os anos de 2009 e 2010, oito grávidas com diagnóstico de gripe causada pelo H1N1, oito gestantes que não contavam com qualquer infecção e dez mulheres que não esperavam um bebê. As voluntárias foram submetidas a exames de sangue, que dosaram os anticorpos de cada uma.  

As grávidas apresentaram uma quantidade maior das células que constituem o exército de defesa do nosso corpo em comparação àquelas que não estavam gestantes. Mas essa situação é normal, pois se trata de uma consequência da ação mais significativa dos hormônios na gestação. O que surpreendeu os pesquisadores foi que as gestantes contaminadas pelo H1N1 contavam com um número ainda mais significativo das estruturas que formam o sistema imunológico.

Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o imunologista Marcello Bossois, um dos autores do estudo, explica que isso é um problema porque a presença exagerada de anticorpos gera um desequilíbrio na imunidade. É que aumenta o número de estruturas celulares responsáveis por disparar um processo alérgico e cai a quantidade de células de defesa – e o ideal é que esses dois grupos estejam balanceados. O resultado é uma paciente mais suscetível a doenças alérgicas, como asma e sinusite.

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De acordo com Bossois, esse achado demonstra que, além de desestabilizar o sistema imune, a gravidez também abre portas para que o vírus aja de forma ainda mais grave. “Se esse estudo obtiver a atenção de cientistas, ele pode ter múltiplas utilidades não só para a gripe suína (causada pelo H1N1) ou para a gripe comum, mas também para outras doenças em gestantes”, dizem os autores do trabalho.

Campanha nacional

Neste sábado (30), começa a Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe. Além das gestantes, devem receber a dose crianças com idades entre 6 meses e 5 anos, idosos, mulheres que ainda estão no período de até 45 dias após o parto, pessoas com doenças crônicas e profissionais de saúde. A ação vai até o dia 20 de maio e a expectativa do Ministério da Saúde é que 49,8 milhões de brasileiros sejam imunizados. 

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