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10 mitos e verdades sobre a gestação gemelar

Os bebês sempre nascerão prematuros? A gestante precisa repousar mais? É possível realizar o parto normal? Descubra!

Por Luísa Massa
Atualizado em 23 Maio 2023, 18h20 - Publicado em 24 nov 2017, 17h23
 (Nd3000/Thinkstock/Getty Images)
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O teste de gravidez sinaliza para o positivo, mas na hora de fazer o ultrassom os pais recebem a notícia que dois bebês estão a caminho. “Por algo da própria natureza, quando o embrião é quebrado e fabrica dois embriões iguais, chamamos de gêmeos univitelinos e eles são idênticos. Mas existe outra possibilidade quando há fetos diferentes (pode ser menino e menina e até irmãos de cores distintas) e a mulher tem uma ovulação dupla, ou duas de cada lado, e dois espermatozóides acabam concebendo dois embriões diferentes – o que chamamos de gêmeos bivitelinos“, explica Alberto D’Áuria, ginecologista e obstetra da Maternidade Pro Matre Paulista, de São Paulo.

Apesar de ser uma descoberta feliz, muitas dúvidas surgem quando falamos de gravidez gemelar. Afinal, o parto será sempre prematuro? Qual é a relação hereditária que estabelece a condição? Nesse caso a gestante deve repousar mais? Reunimos as principais dúvidas que as mães e os pais têm sobre o assunto e as esclarecimentos a seguir. Confira:

1. As chances de uma mulher engravidar de gêmeos é maior quando há casos na família?

Verdade. E isso vale especialmente para os parentes diretos da mãe, isto é, irmãos, tios, avós e irmãos dos avós. “Na teoria, o lado do pai não tem relação, mas na prática vemos que há certa influência. De qualquer forma, ficamos mais atentos quando existe alguma sinalização de histórico familiar”, afirma o médico.

2. Os incômodos da gravidez – como enjoos, inchaço – e até as complicações – como diabetes, hipertensão – são maiores quando a mulher está esperando gêmeos?

Verdade. É importante lembrar que a gestação gemelar exige mais atenção. Segundo o obstetra, há mais chance da mulher ter doença hipertensiva, diabetes gestacional e outros problemas como a ruptura prematura de uma das bolsas. Os sintomas também serão mais acentuados, pois o corpo produz uma quantidade maior de hormônios.

3. O consumo de calorias diárias deve ser maior na gravidez gemelar?

Verdade. Mas isso não significa que a futura mamãe deve comer por dois, pois a medida indicada pelos especialistas não é exatamente essa. “O cálculo da quantidade calórica é diferente. Não é uma proporção duplicada, mas ela deve, sim, consumir mais calorias – até mesmo porque teremos duas placentas ou uma de tamanho aumentado”, observa Alberto. Independente disso, o acompanhamento do obstetra e do nutricionista é essencial para orientar as pacientes sobre o ganho de peso e a alimentação adequada para esse período.

4. A mulher que está grávida de gêmeos não precisa repousar?

Mito. Por precaução, muitas vezes os médicos fazem essa recomendação. “Na gravidez de gêmeos já avisamos que teremos mais cuidados e até afastamentos do trabalho”, reforça o especialista.

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5. Durante o pré-natal da gravidez gemelar é necessário realizar mais exames e consultas?

Verdade. A mãe que está esperando dois bebês tende a frequentar o consultório médico com mais frequência e, consequentemente, realiza procedimentos para avaliar se está tudo correndo bem. “Biologicamente, a mulher não foi feita para ter uma gravidez gemelar e sim para gerar somente um feto. Isso ficou mais evidente quando ela começou a andar em pé”, sinaliza o ginecologista. Ele também pontua que quando as duas crianças são iguais – no caso dos gêmeos univitelinos – a atenção deve ser redobrada, pois há chance de ocorrer a transfusão feto-fetal, que é quando um bebê rouba o alimento do outro porque a vascularização acaba privilegiando um deles: “Tanto que fazemos uma cirurgia para corrigir o número de artérias do feto para ter uma distribuição equilibrada”.

6. Todos os partos de gêmeos são prematuros?

Mito. Como a gravidez gemelar exige mais cuidados, os médicos costumam acompanhar as mulheres nesse período e não são em todos os casos que os pequenos chegam ao mundo antes das 37 semanas. “Fazemos o possível para que os bebês não nasçam prematuros – orientando as mães a não ganhar muito peso e ter uma alimentação saudável – e na maioria das vezes conseguimos. Mas quando falamos de um parto de trigêmeos, praticamente 100% das vezes eles não vão conseguir chegar a termo”, afirma o especialista. Ele ainda explica que, em algumas situações, os obstetras prescrevem um ciclo de corticoides por volta das 30 semanas para acelerar o amadurecimento pulmonar dos gêmeos e ter menos complicações caso a mãe dê à luz.

7. Gêmeos não podem nascer de parto normal?

Mito. Se a gestante não tiver nenhuma contraindicação específica e se as duas crianças estiverem viradas com a cabeça para baixo, o parto vaginal pode, sim, ser realizado. Por isso é muito importante tirar todas as dúvidas com o obstetra durante o pré-natal. “Quando um bebê está sentado e o outro não, existe uma dificuldade maior e a possibilidade do segundo entrar em sofrimento fetal porque ele terá que esperar o outro sair”, acrescenta o médico do Santa Joana.

8. O parto de gêmeos é mais complicado?

Verdade. Ele exige uma atenção maior da equipe médica, afinal, são dois bebês. “O obstetra tem que extrair os fetos com certa agilidade e o útero dessa gestante tende a sangrar mais após o parto porque ele fica cansado e pode demorar mais para contrair”, comenta Alberto.

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9. Técnicas de reprodução assistida – como a fertilização in vitro – sempre resultam em gêmeos?

Mito. Tudo depende do número de embriões. Quando são colocados dois ou três há mais chance disso acontecer. Segundo o especialista, também existe a possibilidade de um embrião se dividir no meio e resultar em uma gestação gemelar.

10. A idade da mulher pode estar relacionada com a chance de ter gêmeos?

Verdade. E duas questões comprovam isso: o número de mulheres que não estão mais no período fértil e recorrem a técnicas de reprodução assistida para realizar o sonho da maternidade e o fato de que, com a idade, elas podem ovular duas vezes no mesmo mês e correr mais risco.

         

         

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