Grávida pode tomar cerveja sem álcool?
Atualmente, várias marcas oferecem essa versão da famosa bebida. Mas será que ela é segura? Especialistas explicam
Muitas mulheres apreciadoras de uma boa cerveja gelada, que precisaram deixar de consumir a bebida ao descobrirem que estavam grávidas, podem achar que as versões zero álcool, que várias marcas já disponibilizam, são a solução para matar a vontade, sem prejudicar o bebê. Mas será que isso é verdade?
A realidade não é bem assim… “Ainda que seja uma quantidade pequena o suficiente para que a cerveja possa ser rotulada como ‘zero álcool’ e não seja detectada em um teste de bafômetro, por exemplo, ela não é totalmente zero”, explica a ginecologista e obstetra Circe Breder, do Hospital e Maternidade Brasil, da Rede D’Or, em Santo André (SP). “Na gestação, não há quantidade segura para o consumo de álcool e, portanto, o ideal é evitar a bebida”, orienta.
Consumo de álcool na gravidez
Não existem evidências científicas que determinam que qualquer quantidade de álcool possa ser consumida na gravidez sem que represente um risco. “O maior deles é a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), que pode causar diversos problemas para o bebê, como alguns tipos de malformações ou baixo peso ao nascer”, aponta a médica. Em alguns casos, a SAF leva também a alterações comportamentais, que só serão percebidas mais tarde, como atraso na fala, problemas de memória e dificuldade de aprendizado, entre outros.
A cerveja com álcool, então, nem pensar! Além de todos os riscos já mencionados para a criança, ingerir bebidas alcoólicas pode prejudicar o funcionamento do corpo da mãe, de acordo com a nutricionista Letícia Mendes (SP): “Todos os órgãos e processos da gestante já estão sobrecarregados, trabalhando intensa e constantemente. Ao consumir álcool, ela estará exigindo ainda mais do organismo.”
Cerveja e amamentação
Por mais que o mito de que tomar cerveja preta ajuda a aumentar quantidade de leite materno já tenha sido desmentido, sempre vai haver algum palpiteiro de plantão para dar esse “conselho”. Além de a ideia não ter fundamento científico, é possível que o álcool iniba a prolactina (hormônio que estimula a produção de leite), gerando o efeito contrário. “O que pode auxiliar é o germe de trigo e a cevada – e não de cerveja”, ressalta Letícia. “Mas eles podem ser consumidos com iogurtes, saladas ou na receita do quibe assado, por exemplo”, sugere.
A recomendação é também não consumir cerveja sem álcool, pelo menos enquanto a criança estiver em aleitamento materno exclusivo, o que, segundo as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), deve ocorrer até os seis meses de vida, quando, em geral, inicia-se a introdução alimentar. “A cerveja pode causar cólicas e desconfortos para o bebê neste período, já que, na mãe, também causa distensão abdominal e gases. Porém, como a criança ainda não se comunica, claro, não sabe como avisar – além de chorar”, diz a nutricionista. O melhor, então, é esperar mais um pouco consumir a cerveja e qualquer outro tipo de bebida alcóolica.
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