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Grávida pode tomar café? Veja a resposta para essa dúvida comum

Segundo especialistas, a bebida até pode continuar no cardápio da gestante, desde que seja em pequenas quantidades. Entenda!

Por Isabelle Aradzenka
8 abr 2023, 10h00

São vários os benefícios do café: é uma bebida estimulante, que ajuda a melhorar o estado de alerta mental e a energia do corpo. “A cafeína aumenta a concentração e o foco, nos ajudando a lidar com tarefas difíceis. Ela também incentiva a liberação de neurotransmissores, como a dopamina e a serotonina, que melhoram o humor e dão às pessoas uma sensação de bem-estar”, explica Paula Pires, endocrinologista e metabologista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).

Doses de até 250 miligramas ao dia estão associadas aos devidos benefícios, trazendo a sensação de prazer, euforia, melhora nas atividades físicas e até em sintomas de desânimo e tristeza. No entanto, acima de 500 miligramas diários, o efeito é o contrário. “Pode causar tensão, aumentar a ansiedade, a insônia, o nervosismo e levar a náuseas”, alerta Lisa Afonso, nutricionista clínica e esportiva, especialista em Metabolismo, Nutrição Esportiva e Emagrecimento e Fisiologia do Exercício pela FMRP-USP e em Saúde da Mulher pela Gama Filho.

Portanto, a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que adultos saudáveis não consumam mais de 400 miligramas de cafeína por dia – cerca de 4 a 5 xícaras pequenas de café. A exceção vai para crianças e mulheres grávidas, que devem limitar ainda mais a ingestão.

Grávida pode tomar café?

Sim. É permitido tomar café durante a gestação, desde que em pequenas quantidades. Até 200 miligramas de cafeína por dia, cerca de três xícaras pequenas, é uma dose considerada segura na gravidez. “Com essa quantidade, não parece haver uma associação convincente entre a cafeína e problemas com a fertilidade ou malefício ao feto”, pontua Igor Padovesi, ginecologista pela Universidade de São Paulo (USP) e Hospital Albert Einstein.

Mãe amamentando o filho em restaurante ao lado de xícara de café

Os perigos do excesso de café na gravidez

Assim como doses elevadas de cafeína podem provocar ansiedade, tremores, aumento da frequência cardíaca e insônia em adultos saudáveis, o consumo acima de 200 miligramas ao dia na gestação prejudica o fluxo sanguíneo para a placenta.

A substância e seus metabólitos (os resíduos que sobram do metabolismo no corpo), atravessam facilmente a barreira placentária e podem ser encontrados, em quantidades significativas, no líquido amniótico e no sangue da criança. “Isso está associado a uma variação na frequência cardíaca do bebê, aumento da atividade respiratória e a efeitos inconsistentes no fluxo sanguíneo fetal e para a placenta”, diz Igor. Eleva-se, portanto, o risco de perda gestacional no primeiro trimestre e de a criança nascer com baixo peso, afirma Lisa.

Atenção com a cafeína na alimentação

Existem outras bebidas e alimentos que também contêm cafeína e que a gestante deve prestar atenção. “Eles têm um metabolismo um pouco diferente, mas, no fundo, o que está funcionando ali é a mesma substância. O café é uma bebida com um início de ação mais rápido e o seu efeito dura até umas 2 horas. O pó de guaraná, por exemplo, tem uma atividade um pouco mais lenta, que dura até 6 horas”, explica Carlos Moraes, ginecologista e obstetra pela Santa Casa e membro da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).

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Chá preto, chá verde, cacau, chocolates, refrigerantes, alguns medicamentos e as bebidas energéticas são outros produtos que possuem alguma quantidade de cafeína e devem ter seu uso regrado.

É possível substituir o café?

A maioria das mulheres que têm o hábito de tomar café não consegue substituí-lo por outra bebida tão facilmente. “O ideal é que você diminua a quantidade gradualmente, evitando assim um grande choque para o corpo”, diz Paula. Beber mais água e comer (com moderação) alimentos ricos em cafeína, como o chocolate escuro, pode ajudar a satisfazer o desejo no processo.

Chás que não contêm cafeína, como o de camomila, de erva doce, cidreira e de hortelã, também são boas opções, além de sucos à base de frutas frescas, que podem ser batidos junto às infusões.

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