Entenda as posições em que o bebê pode estar na hora do parto
Saiba o que significa cada forma em que o pequeno pode se encontrar dentro do útero e quando a cesariana é a única opção da mulher.
A gravidez é um período da vida conhecido por trazer à cabeça das mulheres centenas de dúvidas que não diminuem conforme a gestação avança – muito pelo contrário! Se logo que você descobre que está esperando um bebê vêm todos aqueles medos iniciais, é no último trimestre que as perguntas em relação ao parto e a como o seu pequeno está posicionado dentro do útero começam a aparecer.
E você já deve ter ouvido dizer que, para um parto vaginal acontecer, é preciso que o bebê esteja pronto para “encaixar”, ou seja, de cabeça para baixo. Assim, uma vez percebendo que o seu filhote não quer saber de virar, seus planos de dar à luz de forma natural parecem ir por água abaixo. Mas a verdade é que nem sempre a cesariana é a única saída. Entenda quais são as posições em que o bebê pode ficar dentro do útero, o que elas implicam e quais são as recomendações para cada uma.
Cefálica
Camilla Loureiro
Essa é a posição mais esperada pelas grávidas que desejam o parto vaginal, afinal, é a apresentação ideal para quem quer dar à luz dessa forma. Felizmente, ela é também a mais comum, correspondendo a 96% dos bebês. “O pequeno pode estar com o dorso à direita ou à esquerda da mãe e ambas as posições podem estar voltadas para a região anterior ou posterior dela”, explica Luiz Fernando Leite, obstetra do Hospital e Maternidade Santa Joana.
Para facilitar o entendimento: o dorso equivale à coluna do feto. Já a posição posterior é quando a nuca do bebê está “apoiada” na coluna da mãe, enquanto, na anterior, a nuca está apontando para a sua pelve.
Se você está torcendo por um parto vaginal, mas o seu pequeno ainda não virou, fique calma! Isso deve acontecer por volta da 34ª/35ª semana.
Pélvica
Camilla Loureiro
Muito conhecida como “bebê sentado”, essa posição também tem algumas variações. “A apresentação pélvica pode ser completa (quando o bebê fica sentado, como se estivesse com as pernas cruzadas igual ‘índio’) e incompleta se estiver com uma perna para cima e outra para baixo, ou ainda com as duas para cima, sendo essa última também chamada de cócoras”, esclarece o obstetra. Os pélvicos podem ainda estar à direita anterior ou posterior da mãe, bem como à esquerda, e correspondem a 3,5% dos casos.
Embora essa apresentação tenha sido indicativa de cesárea na imensa maioria dos casos ao longo dos últimos anos, Caio Antonio de Campos Prado, especialista em obstetrícia e ginecologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, afirma que é, sim, possível dar à luz um bebê nessa posição por meio do parto vaginal: “O que aconteceu é que depois do boom de cesáreas no Brasil, os médicos passaram a ser pouco treinados para as possíveis intercorrências de um parto pélvico, por isso ele é evitado”.
Assim, o parto normal pode, sim, acontecer em casos de bebê pélvico, mas essa possibilidade deve ser avaliada caso a caso, já que tende a ser mais arriscado, demandando atenção a alguns fatores que costumam facilitar a saída do pequeno, como um parto normal prévio de bebê cefálico. Uma alternativa às mulheres que têm todas as condições para um parto vaginal, mas o filhote se encontra sentado, é a Versão Cefálica Externa (VCE), técnica que permite girar o pequeno dentro do útero.
Transversal
Camilla Loureiro
“Os transversos são também chamados de córmicos (de ombros) e, como nas outras posições, podem ter variações, com o polo cefálico à direita ou à esquerda da mãe e com o dorso anterior ou posterior”, conta o especialista do Santa Joana.
Polo cefálico equivale à cabeça do pequeno, portanto, o bebê transverso fica atravessado no útero da mãe. Quando isso acontece e o pequeno não muda até o fim da gestação, a cesárea se torna obrigatória, já que não há espaço suficiente para que a criança passe pelo canal vaginal. Embora dar à luz de forma natural tenha muitos benefícios, é fato que em determinados casos – como no do bebê córmico – a cesariana é a única opção.
A posição transversal corresponde a 0,5% dos casos e, caso a mãe não apresente contraindicações ou outras questões que impeçam o parto normal, também pode ser revertida com a manobra da Versão Cefálica Externa.