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É verdade que a gravidez facilita o orgasmo da mulher?

Há quem acredite que a gestação aumenta a lubrificação e a sensibilidade femininas. Conversamos com especialistas para entender a questão

Por Isabelle Aradzenka
15 jan 2023, 14h00

O orgasmo faz parte da resposta sexual humana. É o ápice do prazer. “Ele pode acontecer no ato sexual, na masturbação ou até mesmo durante sonhos”, explica Claudia Petry, pedagoga com especialização em Sexologia Clínica e membro da Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana (SBRASH).

Durante a excitação, o corpo da mulher se contrai e é no orgasmo que ele irá relaxar. Alguns dizem que é mais fácil atingir esse estímulo enquanto se está grávida – mas as coisas são mais complexas do que se acredita.

É mais fácil ter orgasmo na gravidez?

Sim e não. “Dentro da sexualidade, poucas coisas são regra”, responde Cláudia. A crença de que a gravidez facilita o orgasmo é baseada na ideia de que as alterações hormonais aumentam a lubrificação e a sensibilidade da região genital.

De fato, existe um aumento do fluxo sanguíneo para a placenta, o útero e toda essa área da mulher– que afeta sua sensibilidade. No entanto, “na gravidez, não há nenhuma mudança em relação à lubrificação”, afirma Carlos Moraes, ginecologista e obstetra pela Santa Casa e membro da Febrasgo.

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A gestante pode, sim, perceber um aumento de secreção vaginal, mas lubrificação é ligada a estímulo sexual e não sofre alteração. Podemos dizer que o que fará uma grande diferença para a mulher atingir o prazer do orgasmo é sua disposição física e psicológica durante o período.

Desejo sexual na gravidez é muito subjetivo”, diz Cláudia. Ele não está unicamente relacionado às modificações hormonais, há outros fatores que interferem. “Tem gestantes que veem ele sumindo e outras sentem-se mais ávidas por um encontro”, continua a sexóloga.

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(Adene Sanchez/Getty Images)

Dicas para chegar ao orgasmo na gravidez

Qualquer posição que a gestante possa alcançar e estimular seu próprio clitóris facilita a chegada de um orgasmo. É importante observar em qual período gestacional ela se encontra e se possui algum incômodo pélvico em determinada posição. “Deve ser uma relação sexual sem dor e sem desconfortos. E, para se chegar ao orgasmo, nem sempre a penetração é necessária”, diz Cláudia.

Para o sexo fluir bem, é preciso estar atenta aos pensamentos, às fantasias e aprender a como tocar o corpo. O orgasmo é uma resposta do nosso sistema nervoso. Entregar-se ao momento de prazer e aumentar os estímulos físicos ou mentais é uma eficiente forma de atingi-lo.

Algumas mulheres na fase de gestação sentem-se tão plenas, realizadas e felizes que parecem não sentir falta da intimidade do casal. “Abrir o diálogo sobre isso na relação é importante. Só assim a grávida conseguirá falar e demonstrar como está se sentindo”, orienta Claudia.

O certo de se afirmar é: o período de gravidez concede ao casal uma grande oportunidade de aprendizado. “Por exemplo: tentar o sexo sem penetração, ampliar estímulos com brinquedos, posições novas… Este aprendizado prepara os parceiros para a próxima fase: o pós-parto e a amamentação”, diz a sexóloga.

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