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Tudo sobre acupuntura na gravidez e durante a amamentação

A medicina tradicional chinesa pode contribuir para o alívio de dores da gestação, no trabalho de parto e na produção de leite. Saiba mais!

Por Raquel Drehmer
Atualizado em 24 set 2017, 23h51 - Publicado em 13 set 2017, 21h38
Acupuntura na gravidez: Melhore sua saúde física e mental!
Acupuntura na gravidez: Melhore sua saúde física e mental! (under_score/Thinkstock/Getty Images)
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Uma das grandes vantagens de vivermos gestações e a criação de filhos nos dias de hoje é podermos aproveitar todos os avanços e recursos da área da saúde, além de termos acesso a muita informação sobre as semanas da gravidez e cada fase do desenvolvimento dos bebês e das crianças. Assim, podemos complementar o pré-natal, o parto e o pós-parto com tratamentos como a osteopatia e a acupuntura para o alívio de incômodos e dores e mesmo para que eventos naturais, como a amamentação, sejam mais tranquilos.

Já falamos tudo sobre osteopatia na gravidez, então agora vamos focar na acupuntura.

Prática segura durante a gravidez – mas com uma ressalva

Prática principal da medicina tradicional chinesa, a acupuntura tem o objetivo de ativar pontos que estimulam e liberam substâncias e hormônios do próprio paciente para cuidar de suas dores e problemas de saúde. “Fazendo uma analogia bem visual: às vezes, as estradas do corpo ficam congestionadas e a acupuntura atua para liberar esse trânsito”, ilustra Laysa Duch, fisioterapeuta obstétrica e pélvica e acupunturista de São Paulo.

Érica de Paula, acupunturista e doula de Brasília, afirma que a técnica pode ser aplicada em todo o corpo, tanto em pontos locais (como em dores na lombar ou no ciático) quanto em pontos sistêmicos (aqueles que ficam espalhados pelo corpo e interferem de forma geral nos órgãos).

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Mas o ginecologista e obstetra Paulo Noronha, que indica a acupuntura para suas pacientes que precisem trabalhar os sintomas desagradáveis da gravidez, alerta para um cuidado importante: “Até a 37ª semana de gestação, não se deve ativar os pontos que estimulam o útero. Até a 22ª semana, essa ativação eleva o risco de um aborto espontâneo; da 23ª à 37ª semana, pode levar a um parto prematuro.” Ele explica que tais pontos, que ficam nas mãos, nas costas e no tornozelo, podem ser manipulados da 38ª semana em diante, quando o bebê já está a termo, caso haja necessidade clínica de induzir o trabalho de parto.

Para ter a segurança de que não haverá nenhum acidente neste sentido durante a gravidez, é imprescindível fazer as sessões de acupuntura com um/a profissional comprovadamente experiente no trato com gestantes. “Também é importante trocar ideias com o obstetra que esteja acompanhando a gestação sobre a possibilidade de se submeter à acupuntura. Sempre é melhor ter a liberação do médico”, defende Paulo.

Feita essa ressalva, o resto é tranquilo: por tratar os pacientes com a ativação do que existe no próprio corpo apenas com as agulhas apropriadas, sem o uso de elementos artificiais, a acupuntura é uma alternativa aos tratamentos medicamentosos. “Ela é uma grande aliada em um período em que existem muitas limitações em relação a remédios e outros procedimentos”, diz Érica.

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Acupuntura durante a gestação

Já nas primeiras semanas da gravidez, quando algumas mulheres podem sofrer pequenos descolamentos de placenta, o método pode começar a ser empregado na gestante, pois pode prevenir que o problema progrida e resulte em um aborto espontâneo.

A acupuntura também serve para aliviar os desconfortos comuns da gravidez, como lista Érica: “Ela auxilia no tratamento desde enjoos às oscilações emocionais, passando por dores gerais, inchaço e alterações no sono ou no funcionamento do intestino”.

acupuntura na gravidez e durante a amamentação
(Wavebreakmedia/Thinkstock/Getty Images)

A quantidade de sessões depende de cada caso e, muitas vezes, já nas primeiras agulhadas a grávida pode ter seu bem-estar de volta – pelo menos até o surgimento de algum outro incômodo típico da gravidez. E tudo bem, já que este é um período que vivemos semana a semana, dia a dia mesmo, né? “Uma gestação tem que ser prazerosa, curtida. Não pode ser considerado normal passar por nove meses de sofrimento”, afirma Laysa.

Bebê sentado ou na transversal? A acupuntura pode ajudar

Uma das coisas que mais tiram o sono das futuras mamães que desejam um parto normal é quando o bebê fica sentado ou na transversal dentro da barriga. De acordo com os especialistas, a acupuntura pode ajudar a reverter essa situação. “Existem protocolos específicos para aumentar a movimentação fetal e auxiliar em seu encaixe. Neste caso, além das agulhas, utilizamos uma outra técnica da medicina chinesa, chamada moxabustão, que consiste em um bastão de artemísia utilizado para estimular os pontos de acupuntura por meio do calor”, conta Érica.

Laysa esclarece, ainda, que timing é tudo nesse caso: “Quanto mais cedo se notar que o bebê precisa ser reposicionado, maiores as chances de sucesso. O ideal é começar essa movimentação por volta da 30ª semana.”

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Espetadas a favor do nascimento da criança

Trabalhos de parto lentos, em que as contrações demoram para ficar ritmadas e a dilatação parece não evoluir, podem ser muito beneficiados pela acupuntura. “O efeito ocorre na mesma hora. A estimulação da acupuntura é só um empurrãozinho de que o corpo precisa”, diz Laysa.

A prática também auxilia no estímulo ao início do trabalho de parto. Sabe quando a gestação já passou da fase de estar apenas a termo (já passou da 37ª semana) e está ali pela 40ª semana e parece que as coisas não evoluem? Nesse ponto! “A acupuntura pode amadurecer o colo do útero e induzir o início das contrações”, esclarece a acupunturista. “E sem a necessidade de indução medicamentosa”, completa a fisioterapeuta obstétrica.

Amamentação e acupuntura: uma combinação perfeita

acupuntura na gravidez e durante a amamentação
(evgenyatamanenko/Thinkstock/Getty Images)

Mãe e bebê de volta para casa, o foco é no desenvolvimento da relação entre os dois e na amamentação. Muitos motivos levam algumas mulheres a enfrentar dificuldades para amamentar – nervosismo, ansiedade, cansaço, privação de sono –, e a acupuntura pode contribuir para o sucesso do aleitamento materno. “Esses problemas também acabam afetando a produção de leite, então a acupuntura entra em jogo para controlar esses sintomas e evitar que eles continuem atrapalhando”, afirma Érica, que conta que sessões com as agulhinhas podem estimular ou regular a lactação e até tratar mastites.

A especialista da capital paulista ressalta que mesmo as mães que desejam retomar a amamentação depois de notar o leite secar podem contar com o método chinês. “A gente sempre tem que lembrar que ela trabalha as energias do próprio corpo. Acionando os pontos específicos, o leite que já secou volta a fluir, o leite que está escasso fica abundante e até uma relactação pode ser mais fácil”, finaliza.

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