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A infertilidade pode vir desde o nascimento?

O casal considerado infértil pode se deparar com diversas causas para o problema, inclusive a genética

Por Isabelle Aradzenka
27 jan 2023, 15h37
Ilustração de um espermatozoide fecundando um óvulo
 (Carol Yepes/Getty Images)
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De acordo com a Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH), 8 milhões de brasileiros sofrem com infertilidade. “Cerca de 10% dos casais não irão descobrir nenhuma causa por trás do problema”, explica o especialista em reprodução humana Dr. Matheus Roque. Dos casais que descobrem, dois terços deles têm a um fator masculino ou feminino isolado, enquanto os demais geralmente são acometidos por uma associação deles. “A gente denomina como uma causa mista da infertilidade”, esclarece o especialista.

Existem exames capazes de revelar os motivos por trás da impossibilidade de engravidar. E sim: a infertilidade pode ter causas genéticas. “Essa é uma porcentagem menor dos casos. Imagina-se que de 1% a 2% deles possam ser ocasionados por algum fator genético”, confirma Matheus.

Quando a pessoa é considerada infértil?

Em geral, uma pessoa é considerada infértil por meio de uma avaliação conjugal. “O diagnóstico é feito depois que o casal está há um ano tendo relações sexuais frequentes, sem o uso de nenhum método contraceptivo, e não consegue engravidar”, explica o especialista. Passou um ano tentando engravidar e não conseguiu? Está confirmada a infertilidade.

Os exames disponíveis irão simplesmente dizer se existe uma causa para o problema. “As análises mostram se algo justifica aquela infertilidade, mas em 10% das vezes não se descobre um fator”, diz Matheus.

A infertilidade devido a fatores genéticos

A suspeita de infertilidade genética pode surgir por meio de exames com o resultado alterado. “Entre as avaliações que são feitas durante a investigação do problema, existem aquelas da parte genética, que identificam algum fator que já nasceu com o paciente”, diz o especialista.

As causas genéticas da infertilidade podem vir de alterações em genes e variações cromossômicas. Há também outros fatores importantes para a impossibilidade de engravidar, mas que não são ligados à parte hereditária. Entre eles, a presença de endometriose, alterações tubárias e ovulatórias, como a Síndrome do Ovário Policístico (SOP) – no público feminino.

Nos homens, o diagnóstico é diferente. “Na metade das vezes, não conseguimos descobrir um fator por trás da infertilidade masculina, mesmo com exames e espermogramas”, explica Matheus. Acredita-se que uma das principais causas seja a varicocele, uma condição que atinge cerca de 40% dos pacientes inférteis, segundo o médico. “A varicocele gera uma dilatação das veias na região testicular. Isso leva a um acúmulo de sangue e à elevação da temperatura da área”, explica.

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Há alternativas?

Em primeiro lugar, o casal infértil deve passar por todas as avaliações. “Descobrindo-se uma causa para aquela infertilidade, será avaliado se há como corrigirmos o problema e potencializar as chances de uma gravidez natural”, explica Matheus. Tudo será examinado: se é possível tratar ou reverter o quadro, o quanto vai aumentar as chances de gravidez, entre outros.

“Ainda assim, existem alternativas de tratamento. Na Fertilização in Vitro (FIV), não se corrige o problema, mas estamos passando por cima dele. Hoje, o que mais traz chances de sucesso é a FIV”, diz Matheus.

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