Com o objetivo de voltar a atenção da população para o tema e desconstruir estereótipos, a série infantil Vila Sésamo anunciou uma grande novidade: a inserção de uma personagem com autismo. A partir do dia 10 de abril, os pequenos que moram nos Estados Unidos vão conhecer Julia: uma muppet de 4 anos ruiva, de olhos verdes, que gosta de cantar e pintar e tem o costume de repetir as frases ditas pelos amigos. No começo, alguns deles ficam chateados por ela nem sempre interagir da maneira como eles estão acostumados, mas com o tempo, os colegas percebem que a garotinha tem um jeito diferente de se expressar.
A criação da personagem demorou um tempo para ser desenvolvida e, nesse período, pais de pequenos autistas foram ouvidos, assim como médicos e associações que lutam pela causa. “Queremos promover uma melhor compreensão e reduzir o estigma que envolve estas crianças. Nós fizemos um molde de um jeito que tanto crianças quanto adultos possam ver o autismo a partir da perspectiva de uma base de força – encontrar coisas em comum entre todas as crianças”, declarou Jeanette Betancourt, que é vice-presidente da companhia Sesame Workshop.
A escolha de uma personagem feminina na série também é um ponto que merece destaque, já que os meninos são mais propensos a desenvolver o autismo. Em 2016, uma pesquisa britânica estudou essa relação e sugeriu que os sinais do transtorno são diferentes nas garotas, que podem apresentar mais facilidade nas relações sociais do que os garotos. De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), uma em cada 68 crianças recebem o diagnóstico do distúrbio nos Estados Unidos.
Vale lembrar que o autismo é um transtorno que costuma apresentar os primeiros sinais até os três anos de idade e pode afetar o desenvolvimento da criança em alguns aspectos – como a presença de comportamentos repetitivos e a dificuldade de interagir socialmente e de se comunicar. E o que a personagem Julia, de Vila Sésamo, busca é quebrar a barreira do preconceito e trazer mais inclusão no mundo infantil, para que os baixinhos aprendam desce cedo a respeitar as diferenças.