Tráfico de bebês: operação investiga esquema entre interior de SP e Europa
Homem português detido preventivamente afirma "adotar" os bebês, mas registro foi feito de forma fraudulenta com documentos falsos
Em Valinhos, no interior de São Paulo, um empresário português foi preso preventivamente na última segunda-feira, 4, como parte de uma investigação realizada pela Polícia Federal contra o tráfico internacional de bebês. Além do homem, uma brasileira, identificada como secretária dele, duas advogadas e duas mães também estão estão sendo averiguadas pela operação.
De acordo com a PF, o homem conseguiu fugir com um bebê em 16 de novembro deste ano, mas foi detido antes que conseguisse levar o segundo. O objetivo, agora, é reconhecer a mãe de cada criança para saber como elas foram aliciadas e de quanto seria o pagamento. A Polícia acredita que uma delas é de Marabá, no Pará, e outra é da capital paulista.
A investigação começou a partir de uma denúncia do Ministério Público de São Paulo, que identificou o abandono de uma recém-nascida, registrada posteriormente como filha de um homem de nacionalidade portuguesa. Em menos de um mês, outro caso parecido aconteceu e o registro se deu pela mesma pessoa – depois, verificou-se que os documentos usados eram falsos.
A Operação Deverra, como foi nomeada, estende-se também a Itatiba, onde duas mulheres de um escritório de advocacia foram alvo de mandados de busca e apreensão – elas teriam dado entrada ao pedido de guarda unilateral dos bebês, para que o homem conseguisse sair do país sozinho com eles. No local, 11 mil dólares e 6 mil euros foram encontrados. A Polícia Federal investiga ainda a Santa Casa de Valinhos, para saber se algum funcionário colaborou com o esquema, afinal, as mães foram deslocadas para darem à luz lá.
De acordo com reportagem do G1, o português detido justificou que estaria “adotando” os bebês com um suposto marido. Ainda assim, por se tratar de um registro com documentos falsos e retirada fraudulenta da criança do país (além da tentativa de fazer o mesmo com o segundo), já se configura como tráfico de pessoas.