Crianças reforçam representatividade ao se despedirem do ‘Pantera Negra’
A morte do ator Chadwick Boseman, que interpretava o Pantera Negra, incentivou homenagens por todo o mundo, especialmente entre as crianças negras.
Por Flávia Antunes
Atualizado em 1 set 2020, 19h33 - Publicado em 1 set 2020, 19h32
A morte do ator norte-americano Chadwick Boseman na sexta (28) abalou pessoas por todo o mundo e ganhou um significado extra para alguns pequeninos. Isso porque, além do papel inesquecível que ele desempenhou como protagonista do filme “Pantera Negra”, sua atuação era significativa para muitas crianças e jovens que, pela primeira vez, se viram representadas por um herói negro.
Desde a data do falecimento do ator por conta de um câncer de cólon, hashtags como #wakandaforever – em referência à fala icônica do personagem da Marvel – se popularizaram nas redes sociais, com usuários prestando homenagens e muitas famílias mostrando o quanto seus filhos ficaram abalados por perderem seu personagem preferido e também um exemplo da vida real.
Este foi o caso da estadunidense Karen Akpan. Ela é fundadora do Black Kids Do Travel, perfil em que fala sobre diversidade e compartilha suas experiências viajando com o filho Aiden, de sete anos, e abriu seu coração sobre o quanto o intérprete de Pantera Negra representava – e ainda representa – para todos os integrantes da família.
“Chadwick Boseman é a razão pela qual meu filho negro não tem que se perguntar sobre como um super-herói negro se parece. E por isto, eu sou verdadeiramente grata”, postou, relembrando a experiência marcante de levar as crianças para assistir ao filme pela primeira vez e enfatizando a necessidade de colocarmos em pauta o assunto. “Representatividade é a chave! Este é o principal exemplo. Meu filho e meu sobrinho puderam olhar para um super-herói e ver a si mesmos pela primeira vez! Você consegue imaginar o impacto que isto teve e continua tendo neles”, escreveu ela.
Outro registro emocionante foi o da norte-americana Sade Berry, que capturou o exato momento em que seu pequeno Carter, de cinco anos, reuniu seus bonecos em torno do Pantera Negra e disse a frase “Wakanda para sempre”. De acordo com a mãe, o menino assistia ao filme repetidamente desde o lançamento e se inspirava no potencial de Chadwick. “Ele viu que poderia ser alguém forte e poderoso”, contou ao Good Morning America.
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De forma parecida, o pequeno Tony organizou os seus brinquedos em volta do personagem preferido e lamentou a situação. “Por que o Pantera Negra morreu? Ele estava doente? (…) Palavras do meu filho de seis anos que é um grande fã de Marvel. Ele queria que eu fizesse uma camiseta do Pantera Negra e tirasse um ‘momento de silêncio’ para honrá-lo, então fizemos isto”, postou sua mãe.
Publicações como estas não param de marcar presença nas redes sociais e o lembrete é único: crianças negras precisam de representatividade para que possam crescer conscientes de que elas podem ocupar todos os lugares que quiserem na sociedade, mesmo com o racismo ainda tão presente e dolorido.