“Cresci sozinha. Então criei uma realidade diferente para minha família”
Em entrevista exclusiva para a Boa Forma, Paola Carosella fala sobre a infância difícil e como hoje tenta criar uma rotina mais saudável para sua filha.
Maternidade é construção. É tijolo colocado com constância todos os dias mesmo sem saber direito como a casa ficará no final. E isso é tarefa árdua. Ainda mais quando, muitas vezes, o que tivemos com nossos próprios pais e mães não podem ser colocados como referência para esta obra. É exatamente o que Paola Carosella contou nesta entrevista exclusiva para a Boa Forma onde fala sobre sua carreira na cozinha, o sucesso no Masterchef que a deixou mais conhecida do grande público, sobre o fim de seu casamento e, claro, sobre maternidade.
“É uma construção e das mais difíceis! Porque acho que é o único jeito que a gente aprende algo “naturalmente” sobre como ser mãe ou pai antes de ter filho é tendo referências. Então quanto melhor o relacionamento com a sua mãe ou quanto mais rodeada de bons exemplos de maternidade (de tias incríveis, por exemplo), melhor. Isso acaba criando uma bagagem que ‘passa pelos poros'”, revela a chef e apresentadora, que cresceu na Argentina, segundo ela, cercada de solidão.
“Eu tenho uma bagagem grande de relacionamentos muito dolorosos: meu pai tinha transtorno bipolar e era ausente e minha mãe era depressiva e, por mais que ela fizesse esforço, não foi uma mãe amorosa. Eu cresci muito sozinha. Minha mãe nunca chegava antes das 11 horas da noite e ia embora às 7h30 da manhã. Nos finais de semana, ela se trancava no quarto por conta da depressão”, diz.
As memórias doloridas de abandono na infância e juventude, hoje servem para nortear o que ela não quer para a vida que divide com a filha Francesca, de 11 anos. “Ser mãe já é difícil sempre, imagina se você não tem nenhuma referência! Eu fui atrás de muita ajuda: com terapia para mim, terapia para minha filha, terapia para mim com a terapeuta da minha filha… Muitos livros, dicas de amigas, muitos perfis no Instagram que falam de maternidade…”, pontua ela, aos 49 anos.
Em busca de uma vida cercada de amor
Assim como Paola relata com sinceridade na entrevista, muitos pais também compartilham da dificuldade de exercer uma parentalidade saudável quando se teve uma infância difícil e pouco amparada por seus genitores. Mas como a chef bem sabe, é possível fazer diferente com os próprios filhos, desde que haja disposição para romper com os padrões aprendidos no passado.
No caso de Paola foi preciso repensar a rotina para que o tempo com a filha fosse prioridade: “Eu trabalho muito mas, quando saí do Masterchef, eu comecei a trabalhar mais em casa. Agora eu gravo o programa [do seu canal no YouTube] aqui, meu escritório é aqui. Então eu tento fazer essas coisas e sair quando a Fran está na escola. Geralmente, a partir das 17h30, eu estou aqui e faço questão de jantarmos juntas todos os dias, acordar juntas, passar as férias juntas”
Quebrar o ciclo, olhar para si com compaixão e trabalhar o autoconhecimento é mesmo o que os especialistas apontam (nesta matéria aqui) como os pontos primordiais para construir uma jornada mais saudável como mãe ou pai.
“Tem algo que eu reparei outro dia que é nossa casa estar sempre cheia de gente. Não somente a Leide, que trabalha aqui, mas também as meninas da produtora, a Bárbara, que grava meu canal, até minha amigas que vêm fazer academia aqui em casa (elas têm a digital já registrada para entrar direto). E eu lembro muito da minha solidão na infância, eu lembro que é horrível ficar sozinha, então criei uma realidade diferente para mim e minha família“, conta.
Leia a entrevista completa no site de Boa Forma