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Conheça a história real que inspirou a minissérie ‘Maid’ da Netflix

Stephanie Land escreveu o livro autobiográfico que inspirou a trama, mostrando como foi viver na linha da pobreza lutando para criar a filha.

Por Alice Arnoldi
Atualizado em 26 out 2021, 17h58 - Publicado em 26 out 2021, 17h57

Procurando por indicações valiosas de séries e filmes para acompanhar nas plataformas de streaming, provavelmente você se deparou com ‘Maid’, minissérie da Netflix que tem feito sucesso desde sua estreia. Junto a uma narrativa forte e emocionante, a trama também chama atenção por ser baseada em fatos reais.

Sim, é isso mesmo que você leu. As dores da protagonista Alex (Margaret Qualley), ao se separar do marido abusivo Sean (Nick Robinson) e precisar criar a filha Maddy (Rylea Nevaeh Whittet) sozinha, foram vividas por Stephanie Land, de 43 anos. Ela é autora do livro autobiográfico “Superação: Trabalho Duro, Salário Baixo e o Dever de Uma Mãe Solo”, adaptado para as telinhas com a supervisão dela durante todo o processo.

Foi, inclusive, um pedido de Stephanie, que a obra da Netflix não fosse totalmente literal à sua vida, com os nomes alterados, por exemplo, e algumas linhas ficcionais ampliadas em determinadas situações vividas por ela no livro. Tanto a trajetória de sua mãe – que, na realidade, vivia no exterior e foi pouco explorada na obra literária – quanto a do ex-marido, cujo o nome real é Jamie, ganharam arcos narrativos maiores na telinha.

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Sem folga e sem apoio

Stephanie engravidou da filha Story, atualmente com 14 anos, enquanto estava em um relacionamento de quatro meses com Jamie. O abuso praticado pelo parceiro começou quando ele teve uma explosão ao sugerir que o casal abortasse o bebê, mas a escritora não quis. Ela permaneceu sofrendo violência psicológica até a filha completar nove meses, momento em que decidiu se separar e acabou indo parar em um abrigo do governo com a pequena, onde viveram por 90 dias.

A escritora relata que precisava preencher mais de sete formulários de uma só vez para comprovar que estava dentro dos pré-requisitos para solicitar auxílios governamentais. O processo burocrático fez com que Stephanie precisasse de um emprego e foi aí que ela recorreu a uma empresa terceirizada de limpeza, trabalhando inúmeras horas, sem folga ou férias, e recebendo salários irrisórios.

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Em sua jornada com a filha, além das dores causadas pelo trabalho árduo, Stephanie enfrentou muito desamparo por não ter uma rede de apoio sólida, chegou a passar fome e viveu em moradias inadequadas, como um apartamento cheio de mofo que as deixava constantemente doentes.

A virada de página

Após seis anos trabalhando como diarista, a escritora conseguiu criar sua própria rede de clientes, o que possibilitou que ela ganhasse melhor. Ao mesmo tempo, ela teve acesso a recursos estudantis e, finalmente, conseguiu mudar de estado e foi morar com a filha em Missoula, onde cursou Escrita Criativa na Universidade de Montana.

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Em 2015, Stephanie começou a escrever em um blog pessoal sobre o que ela via na casa das pessoas ricas em que trabalhava. Mais tarde, foi chamada para publicar os textos em portais renomados como Vox e The Huffington Post. Quatro anos depois, o público pôde ver o livro da autora ganhando as estantes e tornando-se o terceiro mais vendido da lista do The New York Times, rendendo até mesmo um comentário elogioso do presidente Barack Obama, que o indicou em sua lista de livros de 2019.

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Em seu perfil no Instagram, Stephanie contou como foi ver sua narrativa sendo adaptada para uma minissérie. “Durante todo este processo de entregar minha história nas mãos de estranhos, tive que me obrigar a acreditar que eles fariam justiça a ela e fizeram, porque tiveram um verdadeiro interesse em aprender o que é sentir falta de comida, trabalho e moradia. Não é fácil pensar em milhões de pessoas assistindo momentos da sua vida que você gostaria que seu corpo esquecesse, mas tem sido um grande alívio saber que a minha história está em boas mãos”, escreveu.

Como ela está atualmente? 

Podemos respirar tranquilos porque, assim como a de Alex, a vida de Stephanie mudou. Hoje, aos 43 anos, ela continua trabalhando como escritora independente, com um novo livro previsto para 2022. Também teve mais uma filha, Coraline, e se casou com o parceiro Tim Faust, em 2019, quem conheceu por meio de um aplicativo de relacionamento.

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Recentemente, a autora respondeu as dúvidas mais frequentes sobre sua relação por meio das redes sociais, explicando que o marido também era pai solo de dois filhos. Atualmente, o mais velho dele já mora sozinho e, por isso, são apenas dois adolescentes em casa – James (16) e Story (14). Mais tarde, Tim veio a adotar a caçula de Stephanie, Coraline, de sete anos, fruto de um relacionamento anterior da escritora.

Ela ainda comenta que eles tentaram ter mais um filho juntos, mas depois de passarem por quatro perdas gestacionais, eles preferiram parar de tentar.

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