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Cidade japonesa pede que grávidas não “irritem os maridos” no pós-parto

Após receber críticas, prefeito pediu desculpas pela distribuição de panfletos com recomendações bastante polêmicas. Entenda!

Por Carla Leonardi
31 jul 2023, 14h09
Mulher grávida com as duas mãos sobre a barriga.
Gravidez saudável: Conheça os principais exames de pré-natal (Oscar Wong/Getty Images)
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Depois de dar à luz e voltar para casa com um recém-nascido, que tal ainda ter que se preocupar em agradar o marido? Na cidade de Onomichi, no Japão, a ideia pareceu boa a autoridades locais que resolveram distribuir panfletos com orientações, no mínimo, polêmicas.

Aconselhadas a não ficarem “frustradas sem motivos” ou “ocupadas cuidando do bebê e não fazendo tarefas domésticas”, as gestantes ainda receberam dicas de como agradar os homens. Ter sempre um sorriso no rosto e recebê-los com um “bem-vindo ao lar” são alguns desses conselhos, entre outras coisas, como fazer massagens e preparar o almoço todos os dias.

Na última semana, de acordo com a revista americana Time, o material foi compartilhado nas redes sociais, o que bastou para que chovessem críticas. A despeito das diferenças culturais, Yukihiro Hiratani, prefeito da cidade, reconheceu a impertinência das orientações e publicou um pedido de desculpas no site do governo local e no Twitter, anunciando a interrupção da distribuição dos panfletos – após cinco anos!

O fato é que a questão só se tornou uma polêmica generalizada na última semana, quando o assunto viralizou na internet.

Print do tuíte do prefeito de Onomichi, no Japão
Tuíte do prefeito e, embaixo, sua tradução automática (Reprodução @yukohirahira032/Twitter)
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Hiratani afirmou que os panfletos “não estavam de acordo com os sentimentos de mulheres grávidas, mães grávidas e outras pessoas envolvidas na criação de filhos e causaram sentimentos desagradáveis ​​para muitas pessoas”. Ele disse ainda que a “distribuição foi descontinuada devido ao conteúdo de expressões que podem encorajar atitudes e práticas estereotipadas de papéis de gênero“.

Vale lembrar que a sociedade japonesa ainda é, como muitas outras, de estruturas e costumes fortemente patriarcais e conservadores. Para se ter uma ideia, no mais recente Índice Global de Diferença de Gênero do Fórum Econômico Mundial, o Japão ficou em 125º lugar em um ranking de 146 países, liderado pela Islândia.

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