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TDAH: Aplicativo ajuda o cotidiano de quem sofre com o transtorno

A novidade dá dicas para conviver melhor com o problema, facilita a organização da rotina e está disponível para download gratuito

Por Chloé Pinheiro
Atualizado em 23 jan 2023, 11h18 - Publicado em 3 nov 2017, 15h45
 (TanyaRu/Thinkstock/Getty Images)
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Um novo aplicativo brasileiro pretende melhorar a rotina de quem tem Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), condição que afeta cerca de 5% das crianças. Já disponível no Google Play e na App Store, o Focus vem com uma série de recursos, como gerenciador de tarefas, conteúdos educativos sobre o assunto e lembretes para as medicações.

O lançamento inclui um sistema que avalia como a criança está se sentindo e mede o nível de atenção durante alguma atividade com perguntas. As informações sobre as emoções e eventos negativos também são registradas e, depois, tudo é quantificado em relatórios que são apresentados ao médico.

“É interessante porque já pedíamos para o próprio paciente ou os pais contarem como ele se sente e as dificuldades que encontra no cotidiano, só que é um desafio anotar sempre ou lembrar de tudo na hora da consulta”, comenta Maria Conceição do Rosário, psiquiatra infantil e professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Esses registros importam muito para o tratamento, pois é na rotina que o impacto do déficit fica mais claro. “Além dos sintomas em si, quanto mais o médico souber sobre o dia a dia do portador, seu relacionamento com os amigos e a família e os problemas enfrentados, melhor poderá ajudar”, explica Conceição. O app foi elaborado pelo Programa de Transtornos de Déficit de Atenção/Hiperatividade (ProDAH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) com apoio da empresa Shire.

Veja mais: Estudos associam má alimentação e uso de paracetamol na gravidez a sintomas de TDAH na criança

Organizando a rotina

Além de ajudar o médico a analisar o histórico do paciente, o aplicativo conta com um gerenciador vinculado a um sistema de recompensa, em que são cadastradas as atividades diárias. De acordo com a complexidade de cada tarefa, a criança ganha pontos, que são trocados por um presente, um passeio ou o que os pais quiserem.

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“É difícil para o portador de TDAH controlar as tarefas, porque, se ele não consegue manter sua concentração, provavelmente se esquecerá dos compromissos do cotidiano”, comenta Conceição. Sem contar que o quadro é crônico, sem data para acabar e, muitas vezes, envolve o uso de medicações, o que também pode atrapalhar a adesão ao tratamento. O aplicativo também ajuda a lembrar a criança de tomar o remédio e dá pontos por isso.

Flagrando e tratando o TDAH

Ele pode começar a se manifestar logo no começo da vida, mas, muitas vezes, passa despercebido até que a criança atinja a adolescência ou passe a experimentar sintomas mais intensos. “É normal e esperado que ela seja agitada aos três, quatro anos, mas nessa faixa etária ela já pode apresentar dificuldades de se manter concentrada. Isso merece investigação porque, quanto mais tempo sem tratamento, maior será o impacto do transtorno na vida da criança”, aponta Conceição.

Entre as consequências, estão os problemas na escola, que derrubam a autoestima e o desempenho. Se relacionar com os outros também é um prova de fogo, por isso, a criança com TDAH pode passar horas sem falar com ninguém, jogando um jogo no computador ou assistindo a desenhos. “Elas se mantêm concentradas na tela, porque as imagens mudam constantemente, mantendo o cérebro em uma velocidade acelerada”, destaca a médica.

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Para que os pais avaliem melhor se o filho se enquadra nessa descrição, Conceição recomenda começar respondendo algumas perguntas:

  • As dificuldades enfrentadas por ele estão interferindo no seu desenvolvimento?
  • Ele tem dificuldades para parar de brincar?
  • Tem dificuldades de interagir com outras crianças por ser muito impulsivo?

Se a resposta for sim, vale procurar um médico especialista.

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