Por que o Dia da Escola é comemorado em 15 de março?

A data nacional é usada para trazer atividades que lembrem às crianças os valores aprendidos na escola, como respeito, confiança e disciplina.

Por Alice Arnoldi
Atualizado em 15 mar 2022, 15h28 - Publicado em 15 mar 2022, 11h21
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 (Teerapatt Tasanasriworakarn / EyeEm/Getty Images)
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Com o fechamento das escolas no início da pandemia causada pela Covid-19, os altos e baixos do sistema híbrido de ensino e, por fim, o retorno presencial dos alunos, ficou ainda evidente a importância de que existam estas instituições para que o desenvolvimento dos pequenos possa acontecer. E para validar anualmente este processo que só é possível de ser feito por existir profissionais dedicados à educação no Brasil, o Congresso Nacional instituiu 15 de março como o Dia Nacional da Escola.

Cada instituição adota a celebração da data de uma maneira. A mais popular tende a ser um compilado de atividades educativas e lúdicas que trabalham em torno de entender como o aluno enxerga a escola e os valores que são aprendidos dentro dela, como respeito, empatia, confiança (tanto em si quanto no outro), disciplina e ética.

Com medidas mais flexibilizadas dentro das instituições, a comemoração do Dia da Escola pode reverberar para o restante da semana – já que, neste ano, a data acontece na terça-feira. Com o convite para que pais e outros responsáveis acompanhem presencialmente os filhos, há a oportunidade de ver de perto a rotina das crianças e até mesmo opinar sobre quais melhorias os locais de ensino poderiam apostar.

A data, inclusive, é um lembrete para valorizarmos o empenho e flexibilidade que escolas precisaram ter para se adaptarem as mudanças que a educação mundial vem passando. E, mais do que nunca, refletir como será o processo para que o público infantil brasileiro retorne às salas de aula e tenham um futuro com mais oportunidades, visto que a evasão escolar tornou-se uma das maiores preocupações durante a pandemia.

É o que mostra o estudo “Cenário da Exclusão Escolar no Brasil – um alerta sobre os impactos da pandemia da Covid-19 na Educação”, realizado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em parceria com Cenpec Educação. Divulgado em abril de 2021, a pesquisa constatou que mais de 5 milhões de meninas e meninos não tiveram acesso à educação no Brasil até novembro de 2020.

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Desses, mais de 40% eram crianças de 6 a 10 anos de idade, etapa em que a escolarização estava praticamente universalizada antes da Covid-19″, relata o documento. Além deles, 27,8% tinham entre 11 e 14 anos e 31,2% entre 15 e 17 anos.

“Os números trazem um alerta urgente. O país corre o risco de regredir duas décadas no acesso de meninas e meninos à educação, voltando aos números dos anos 2000. É essencial agir agora para reverter a exclusão, indo atrás de cada criança e cada adolescente que está com seu direito à educação negado, e tomando todas as medidas para que possam estar na escola, aprendendo”, defende Florence Bauer, representante do UNICEF no Brasil, em nota à imprensa.

Mas como surgiram as escolas?

Assim como outras referências que temos como sociedade, a palavra “escola” derivou da expressão grega scholé, que significa “tempo do ócio ou de lazer”. Isso porque na antiguidade, os locais de ensino não eram destinados ao aprendizado como conhecemos hoje, com trabalhos manuais, alfabetização e até chegar à formação profissional.

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Na Grécia, o objetivo principal destes ambientes era formar futuros governantes para que eles pudessem ocupar os cargos mais altos que existiam na civilização. Para isso, em seu tempo livre, grandes mestres reuniam-se com seus discípulos para passar a eles ensinamentos a respeito de política, filosofia, artes e até mesmo aritmética, a matemática mais básica e necessária para realizar operações do dia a dia que envolvam números.

O início das escolas no Brasil

Já em território brasileiro, a estrutura escolar nasceu com uma fragilidade que se estende até hoje: o preconceito com povos indígenas. Após a chegada dos portugueses na terra que, até então, eles pensavam ser as Índias, os colonizadores passaram a buscar meios para catequizar quem já vivia aqui.

A principal missão portuguesa aconteceu em 1549, com o desembarque da Companhia de Jesus, comandada pelo Padre Manuel da Nóbrega. Batizados de jesuítas, eles buscavam ensinar a escrita, a leitura e a matemática vinda da Europa, além da doutrina religiosa, ignorando que os nativos tivessem suas próprias crenças.

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Entre as figuras emblemáticas deste período, destaque-se o Padre José de Anchieta. Ele aprendeu a língua dos índios, o que facilitou a tradução dos materiais usados para catequizá-los a fim de que o processo acontecesse de forma mais ágil.

O comando da educação pela Igreja Católica permaneceu por mais de 200 anos e só foi parcialmente finalizado em 1759, quando os jesuítas foram expulsos do território brasileiro. A partir de então, começou-se a busca pela separação da educação com a religião e, principalmente, da fé individual com as diretrizes do Estado. Entretanto, Brasil só passou a ser considerado um país de Estado Laico, isto é, que a Igreja não interfere nas decisões governamentais, em janeiro de 1890.

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