O que significa o choro do bebê?

Estudos tentam ajudar a desvendar o sentido dos diferentes choros dos nenéns

Por Gabriel Bortulini
15 nov 2024, 07h00
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Sons do choro de sono, fome, dor, cansaço e gases pode mudar, ajudando a identificar as necessidades do bebê (Freepik/Reprodução)
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Identificar o significado do choro do neném pode ser um verdadeiro desafio. Como os bebês ainda não sabem falar, o choro é sua principal linguagem: e as mamães e papais que lidem para compreendê-los.

Com o tempo, muitas mães afirmam que já aprenderam o “idioma” dos seus filhos e são capazes de compreender se determinado choro indica fome ou sono, por exemplo. No entanto, o significado desses choros ainda está longe de ser totalmente compreendido pela ciência.

Embora as evidências ainda não sejam robustas, algumas pesquisas têm se debruçado sobre o tema. Há métodos, inclusive, que prometem identificar a necessidade do bebê apenas pela maneira de chorar.

Estudo do Hospital Clínic de Barcelona

Pesquisadores do Hospital Clínic de Barcelona analisaram 38 recém-nascidos, coletando dados de diferentes tipos, como sonoros, de saturação, de movimentos corporais, eletroencefalográficos, entre outros.

Como resultado, com o auxílio de inteligência artificial, conseguiram agrupar os choros em quatro tipos:

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  • Choro de fome: tem um ritmo mais constante, é alto e intenso e dura pouco. Costuma ser menos agudo do que outros choros. O bebê também tende a fazer movimentos faciais e corporais, para atrair a atenção.
  • Choro de sono ou cansaço: mais alongado e monótono, numa espécie de melodia em diminuendo, ou seja, o som vai perdendo intensidade.
  • Choro de agonia ou dor: os ruídos do choro são menos constantes e têm menos pausas. Também são mais agudos. Podem ser acompanhados por expressões de dor e movimentos nos braços e pernas.
  • Choro de arroto: é parecido, mas um pouco mais rouco do que o choro de agonia. Também se prolonga mais e a intensidade varia.

Método Dunstan

Outro método que se popularizou nos últimos anos foi proposto pela australiana Pricilla Dunstan. Cantora de ópera, Pricilla identificou os mesmos padrões de choro em bebês ao redor do mundo. Sua pesquisa durou 8 anos e ela dividiu os choros em 5 tipos:

  • Fome: o bebê emite um som parecido com um “néh”, por conta do movimento de sucção;
  • Desconforto: um som mais cortado, como se fosse uma reclamação. O neném faz um “heh” mais forte.
  • Arroto: o ruído é mais fechado, como um “ê”, por causa do abdômen contraído para expulsar o arroto.
  • Sono: im som mais “arredondado”, por conta do bocejo. Os lábios do pequeno ficam mais arredondados e o som é uma espécie de “au”;
  • Cólica: o mais sofrido de todos, como se o bebê emitisse um “ear” ou “earg” volumoso e estridente. O bebê também se demonstra mais irritado.

Segundo o Método Dunstan, esses tipos de choro independem da etnia, da língua ou da nacionalidade. Seja qual for o método, é importante lembrar: ainda faltam pesquisas e evidências científicas mais robustas sobre o tema.

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