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Menos telas, mais saúde, pede Sociedade Brasileira de Pediatria em manual

Entidade atualiza suas recomendações e faz alerta sobre a saúde de crianças e adolescentes na era digital

Por Chloé Pinheiro
19 fev 2020, 17h23
 (Karl Tapales/Getty Images)
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Em 2016, a Sociedade Brasileira de Pediatria  (SBP) lançou seu primeiro manual de orientação sobre o uso de telas de smartphones, computadores e tablets por crianças e adolescentes. Neste mês, a entidade, que representa mais de 25 mil médicos do país, divulgou um novo documento, reforçando os efeitos negativos do excesso e com recomendações mais detalhadas às famílias. 

Para a SBP, trata-se de um tema urgente, uma vez que diversas pesquisas recentes apontam consequências importantes do exagero — de transtornos de saúde mental e comportamento à baixo desempenho escolar. Na primeira infância, as horas passadas em frente ao às telas podem gerar atrasos no desenvolvimento da linguagem. 

Aos adultos, muitas vezes eles mesmos usuários frequentes dos eletrônicos, falta a percepção deste risco e conhecimento específico sobre como usar a tecnologia de maneira equilibrada e segura. Neste contexto, as novas mídias ‘“preenchem vácuos” como ócio, tédio, necessidade de entretenimento ou mesmo falta de afeto e atenção de pais cada vez mais ocupados. 

O uso de telas na primeira infância

Os autores destacam a preocupação com o tempo que bebês ficam assistindo televisão ou vídeos no celular. No documento, escrevem que “crianças em idades cada vez mais precoce estão tendo acesso aos equipamentos eletrônicos, sempre com o objetivo de fazer com que a criança fique quietinha”. 

Tal comportamento é chamado de distração passiva, justamente o contrário do brincar ativamente ou interagir com o mundo ao redor, dois aspectos cruciais do desenvolvimento infantil. Nos primeiros mil dias de vida, o cérebro passa por um período único de maturação, e a falta de estímulos ‘reais’ pode fazer falta. 

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A qualidade do sono, outro fator que influencia o crescimento nos primeiros anos de vida, também pode ser abalada com a luz azul emitida por esses aparelhos. Os longos períodos e o uso perto da hora de deitar parecem mais prejudiciais para os pequenos, mas, por via das dúvidas, a SBP recomenda que menores de 2 anos não sejam expostos às telas sem necessidade, em especial passivamente.  

Entre os dois e os cinco anos, os pais devem limitar o tempo de telas ao máximo de uma hora por dia, sempre acompanhado. A partir dos seis e até os dez, são até duas horas por dia, com supervisão. 

Como usar a tecnologia de maneira equilibrada

Além da questão da saúde em si e de limitar o tempo de uso, a SBP elaborou dicas que englobam segurança digital, convivência familiar e comportamento. Veja: 

  • Não permitir que crianças e adolescentes fiquem isolados nos quartos com TV, computador, tablet ou celular, mas estimular o uso em locais comuns da casa. 
  • Para todas as idades, não é recomendado usar telas durante as refeições, e elas devem ser desligadas entre uma e duas horas antes de dormir. 
  • Sempre que possível, oferecer alternativas de atividades no mundo offline, como exercícios ao ar livre, esportes e contato com a natureza. 
  •  Não postar fotos de menores de idade em redes sociais públicas. 
  • Criar regras para o uso dos equipamentos que incluam momentos de desconexão e convivência familiar. 
  • Usar filtros e senhas para restringir o conteúdo de acordo com a idade de cada membro da família. 
  • As escolas devem estimular a alfabetização digital das crianças e dos pais, ensinando sobre regras éticas, respeito e segurança. 
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