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Como estimular a criança a desenvolver bons hábitos de organização

Incluir os pequenos nas tarefas domésticas ajuda no desenvolvimento e na autoestima deles. Saiba como fazer isso de forma leve e natural!

Por Carla Leonardi
Atualizado em 20 out 2022, 15h29 - Publicado em 20 out 2022, 12h49

“Terminou de brincar, é hora de guardar”. Se você sempre ouvia isso quando era criança, possivelmente cresceu sabendo que as coisas têm seu lugar e que, depois da bagunça – que faz parte de qualquer dinâmica familiar saudável – vem a organização.

E não há dúvidas: hábitos que desenvolvemos ainda durante a infância permanecem em nosso dia a dia de forma natural, sem que se tornem uma obrigação chata e pesada. É por isso que apresentar desde cedo aos pequenos como é simples e até prazeroso manter o ambiente em ordem faz tanta diferença.

Aprendendo pelo exemplo

“A primeira forma de apresentar isso aos bebês é pelo modelo dos pais”, explica Nalini Grinkraut (@nalinigrinkraut), personal organizer especialista em desapego e bem-estar. “De forma geral, a gente aprende muito mais através do exemplo do que com aquilo que nos é dito. Uma casa com adultos desorganizados acaba criando a referência de um ambiente bagunçado para a criança”, alerta a profissional.

Para uma casa em ordem, porém, não é preciso exagerar com regras e punições, pelo contrário. A ideia é ir apresentando as atividades de forma natural, como devolver os brinquedos à prateleira, colocar a roupa suja no cesto e levar o prato usado à pia. 

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“A partir do momento em que o bebê começa a engatinhar e interagir, você já pode incentivar que ele devolva as coisas para o lugar, pode mostrar que aquilo tem um espaço correto em que deve ser guardado”, orienta Nalini. “Assim, conforme a autonomia da criança aumenta, você vai inserindo novas atividades”, acrescenta.

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(Halfpoint/Thinkstock/Getty Images)

Desenvolvimento de habilidades

Mas se só de pensar no assunto você já fica com receio de incluir seu filho nas tarefas domésticas, é importante lembrar que esse é um hábito que contribui – e muito! – para o desenvolvimento dele. “Quando uma criança se sente motivada a ajudar, ela se vê como parte da casa, cria um senso de responsabilidade e de independência, sem falar no desenvolvimento de habilidades, como a coordenação motora”, destaca a personal organizer. Além disso, o pequeno que sabe o trabalho que certas coisas dão valoriza muito mais quando determinada tarefa é feita, ajudando até a cuidar mais dos espaços, porque entende que os objetos não se ajeitam sozinhos. 

Estímulo dos pais e cuidadores

Nesse processo, estar presente é fundamental. Desde a supervisão e o auxílio no início do aprendizado, até o elogio. “Quando você mostra para a criança que ela conseguiu executar uma atividade, você contribui para a autoestima dela, estimulando também a autonomia”, lembra Nalini.

Para isso, elogiar o comportamento tem grande importância. Falas como “que bacana que você tirou a louça da mesa!” e “olha que legal que você já consegue guardar seus brinquedos sozinho” são ótimos exemplos. A especialista sugere também mostrar o resultado daquilo que a criança fez. “Você pode dizer ‘olha, quando você guarda seus brinquedos, fica muito mais fácil de achar depois’ ou ‘quando você me ajuda a lavar a louça, a gente acaba muito mais rápido’”, exemplifica.

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Ainda pensando nisso, Nalini deixa um alerta importante: refazer o que a criança fez é extremamente prejudicial, já que a crítica acaba desmotivando os pequenos. “Nós, adultos, já temos um padrão de perfeccionismo superior, até porque temos mais técnica. Mas a criança não, ela faz seguindo o padrão dela, que vai melhorando aos poucos conforme o hábito e com o treino”, reforça. Portanto, nada de refazer a cama porque o edredom ficou torto ou reorganizar talheres e pratos na mesa – lembre-se de que cada faixa etária terá uma habilidade diferente.

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(Comstock Images/Thinkstock/Getty Images)

Atenção ao exagero

Como em quase tudo na vida, equilíbrio é a palavra-chave. Um ambiente muito autoritário e perfeccionista pode acabar gerando um efeito contrário, causando ressentimento na criança, que talvez se comporte de forma oposta na vida adulta, como resposta ao que viveu na infância. “O ideal é entender que a dinâmica da casa vai bagunçar, que é normal ter um momento de bagunça, mas que é preciso guardar as coisas depois. Não precisa se apegar tanto ao padrão estético, de que tudo precisa estar organizado por cor. A ideia da organização não é fazer uma foto bonita, mas proporcionar uma casa que funcione”, pondera a especialista.

Pelo mesmo motivo, broncas e ameaças, como “se você não guardar esse brinquedo eu vou doá-lo”, não são bem-vindas. “A intenção é que a criança se sinta parte da casa e envolvida nas tarefas, não ameaçada ou punida”, finaliza Nalini.

criança fazendo a cama com a mãe
(moodboard/Thinkstock/Getty Images)

Não sabe como começar? Veja, a seguir, sugestões de tarefas por faixa etária (que vão se acumulando conforme a criança cresce):

– 1 a 2 anos: pode começar a devolver os brinquedos para o lugar e colocar as roupas sujas no cesto, sempre com a supervisão de um adulto mostrando onde ele deve guardar. 

– 3 a 4 anos: levar o prato até a pia após as refeições, lavar coisas de plástico, ajudar regando as plantas.

– 5 a 6 anos: arrumar a cama, pendurar a própria toalha.

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– 7 a 8 anos: colocar a mesa para as refeições, ajudar a família no supermercado, entre outras. 

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