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Fertilidade em alta

Por Coluna
Dr. Maurício Chehin é doutor, médico colaborador do setor integrado de reprodução humana da Unifesp-EPM e especialista do Grupo Huntington, de São Paulo
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Como o estresse pode afetar suas chances de engravidar

Uma rotina atribulada em nada contribui para quem deseja ter um filho e prejudica a fertilidade de homens e mulheres. Entenda!

Por Da Redação
29 ago 2017, 19h46
Mulher com teste de gravidez em uma mão. A outra mão está cruzando os dedos, como forma de torcida. Ela veste um pijama rosa de alcinhas.
 (Thinkstock/Getty Images)
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O estresse é um estado familiar: cansaço, tontura, alergias, gastrite, dificuldade para dormir, baixa imunidade e mudanças de apetite são alguns dos sintomas físicos comuns à condição, aos quais as pessoas têm se acostumado sentir, de tão presentes em seu cotidiano. Mas muitos não sabem, por ser uma consequência “invisível” desse quadro, que esse contexto de esgotamento pode comprometer a fertilidade e diminuir as chances de se ter um filho.

Isso porque essa resposta emocional está ligada à produção de hormônios, que afeta diretamente as funções do corpo. O hipotálamo, região cerebral responsável por orquestrar os processos metabólicos e diversas outras funções autônomas, tenta equilibrar as atividades sexuais e neuronais reagentes ao estresse, fazendo com que os efeitos no corpo se relacionem.

Então, uma pessoa sob constante irritação tem reações neuroquímicas encarregadas de “blindar” o corpo contra influências externas que poderiam prejudicar o organismo. O cortisol, hormônio secretado em situações estressantes, pode alterar a qualidade ovulatória, os ciclos menstruais e as possibilidades de implantação do embrião recém-formado no útero. Isso pode dificultar a gravidez e aumentar a chance de um aborto. Algumas mulheres deixam até de menstruar. Nos homens, além da falta de libido e de ereção, as consequências caem sobre a produção de espermatozoides: a quantidade, qualidade e mobilidade deles podem ser comprometidas.

Um panorama comum observado na reprodução assistida é como os fatores de ansiedade podem ficar mais evidentes. Quando os pacientes se veem frentes à possibilidade de não conseguir ter seu filho, eles podem apresentar um quadro de tensão e expectativa nada favoráveis para a eficácia do tratamento.

No fim de 2016, foi publicada uma pesquisa na revista científica Psychoneuroendocrinology sobre como o cabelo das mulheres pode predizer o sucesso ou não de uma fertilização in vitro (FIV). Conduzido no Reino Unido pela Universidade de Nottingham, o estudo encontrou relação direta entre os níveis de cortisol encontrados nos fios e a probabilidade de conceber com uma FIV. Quanto menos hormônio, maiores as chances. Ou seja, quanto menos estresse, melhor é o cenário para engravidar.

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Algumas terapias, como ioga, meditação e massagens propiciam bem-estar físico e psicológico, tanto para homens quanto para mulheres. A acupuntura, cada vez mais popular aqui no Brasil, tem sido procurada há anos por quem está em tratamento de reprodução humana, justamente por se mostrar bem-sucedida em auxiliar pacientes a diminuir os incômodos de alguns procedimentos.

Ser mãe ou pai é uma questão muito sensível para algumas pessoas – e lidar com esses anseios acaba se mostrando um processo complicado. Por isso, o acompanhamento psicológico é muito bem-vindo para evitar o surgimento de um estresse acentuado e aumentar as chances de sucesso dos tratamentos.

Dr. Maurício Chehin

É doutor, médico colaborador do setor integrado de reprodução humana da Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina (Unifesp-EPM) e especialista do Grupo Huntington, de São Paulo

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