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Pesquisadores brasileiros criam leite materno em pó para facilitar doação

Projeto desenvolvido em Maringá foi premiado e pode, no futuro, representar alternativa mais prática aos bancos de leite humano

Por Chloé Pinheiro
Atualizado em 2 set 2021, 10h33 - Publicado em 21 fev 2020, 14h55
Alerta aos pais: Leite desnatado pode contribuir para a obesidade infantil
Alerta aos pais: Leite desnatado pode contribuir para a obesidade infantil (Marija Starcevic / 500px/Getty Images)
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Pesquisadores da Universidade Estadual de Maringá (UEM), no Paraná, anunciaram recentemente a criação do leite materno em pó, com a mesma qualidade da versão in natura. A pesquisa que deu origem ao produto foi premiada na 19ª edição do Prêmio Péter Murányi, importante para o setor alimentício. 

O leite materno é considerado o melhor alimento para o bebê, só que nem sempre a amamentação é possível. A doação de leite por meio dos bancos, uma ótima alternativa na qual o Brasil é referência, depende de muitos cuidados no armazenamento e transporte porque o líquido é altamente perecível. 

Assim, muitas vezes o material coletado acaba não utilizado porque estraga. Pensando nisso, o professor da UEM Jesuí Vergílio Visentainer e a doutoranda em nutrição Vanessa Javera se dedicaram a criar um leite materno mais acessível e barato. 

A versão em pó foi desenvolvida por meio de técnicas que retiram a água do alimento sem aquecê-lo ou utilizando um aquecimento leve, o que ajudou a preservar as características originais de cor, sabor e propriedades nutricionais. Mesmo os anticorpos, uma das principais diferenças do leite materno em relação às fórmulas, foram mantidos.

Bom custo-benefício e mais durabilidade

Desidratado, o leite materno é mais resistente à contaminação microbiana e, assim, sua validade aumenta, o que permite que ele seja distribuído para locais distantes do estoque. Hoje, o líquido é pasteurizado e congelado, o que exige uma logística complexa de armazenamento e transporte. 

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Outro fator que pode aumentar o acesso é a diminuição de custos, pois hoje os bancos consomem bastante energia elétrica e recursos humanos para conservar as garrafinhas. 

Em comunicado à imprensa, Vera Murányi Kiss, presidente da fundação que promove o prêmio entregue aos pesquisadores, disse que o leite em pó pode ser uma opção interessante para ampliar o acesso ao aleitamento materno. Ela também ressaltou que são “numerosos os bebês não amamentados, por distintas razões, aos quais tem de ser ofertadas fórmulas infantis”. 

Enquanto o leite materno em pó não vira uma realidade, os bancos de leite brasileiros seguem precisando de doações. Conheça mais sobre eles e veja como se tornar uma doadora

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