Muito se fala sobre os benefícios que o leite materno oferece para o bebê – aumento da imunidade, redução do risco infecções e menos tendência a ser obeso são apenas alguns deles. E não é só o pequeno que entra nessa lista de vantagens. Para se ter uma ideia, o ato de amamentar afasta a mãe de doenças como câncer nas mamas e nos ovários, diabetes, hipertensão, osteoporose e até Alzheimer. Mas como será que esse alimento milagroso é produzido? Quais partes do corpo estão envolvidas? Fomos atrás dessas respostas. Confira no infográfico a seguir:
1. Comando para as mamas
Juliana Mavalli
Com o nascimento do bebê e retirada da placenta, os níveis de estrógeno caem e, mais ou menos 48 horas após o parto, ocorre um pico na liberação de prolactina – hormônio responsável pela produção do leite materno. Isso acontece na parte anterior de uma região do cérebro chamada hipófise.
2. Produção a todo vapor
Juliana Mavalli
Nesse processo, os lóbulos mamários – que se parecem com cachos de uva e estão localizados no final de canais conhecidos como ductos – começam a produzir e armazenar o leite materno.
Conforme o bebê suga o peito, estímulos nervosos fazem com que outra região da hipófise, a posterior, produza o hormônio ocitocina. Ele é responsável por contrair os lóbulos, o que ajuda a empurrar o leite com mais naturalidade pelos ductos até estruturas chamadas ampolas.
3. Pronto para consumo
Juliana Mavalli
Como as ampolas estão localizadas sob a aréola, é importante que o bebê faça a pega de forma correta – ou seja, ele não deve sugar apenas o bico, mas abocanhar toda a região. Assim, essas estruturas são comprimidas e conduzem o leite até a boca do pequeno.
Fonte: Paulo Roberto Pirozzi, mastologista e membro da Sociedade Brasileira de Mastologia.
5 atitudes para estimular a produção de leite materno
1. Amamente
Não há nada melhor para manter a fabricação do leite materno ativa do que a própria sucção que o bebê faz enquanto amamenta. É esse movimento que garante a continuidade de todo o processo demonstrado passo a passo no infográfico acima. Mas é necessário ter alguns cuidados: além de evitar uma pega inadequada do bebê, é importante não deixar acumular leite nos seios. Isso pode causar problemas sérios, como a mastite (uma inflamação das mamas). “A orientação é começar a amamentação com uma mama e, quando esvaziá-la, passar para a outra. A próxima mamada deve ser iniciada pelo seio que terminou a anterior”, indica o cirurgião ginecológico Affonso Celso Vieira Marques, da Beneficência Portuguesa de São Paulo.
2. Relaxe
O nervosismo é um grande inimigo da amamentação, assim como o cansaço e a ansiedade. Por isso, procure descansar e se manter calma durante o período da lactação. “Qualquer nível de estresse atua nos hormônios que produzem o leite materno, podendo causar um desequilíbrio entre eles”, explica Affonso Marques.
3. Mantenha-se hidratada
A água é a principal matéria-prima para a produção do leite materno. “A recomendação é beber de 2 a 3 litros por dia”, orienta o cirurgião ginecológico. Sucos de frutas naturais (e sem açúcar!) também podem ajudar nesse processo. Só não abuse de líquidos cheios de cafeína, como os chás preto, verde e mate. “Em grandes quantidades, eles podem deixar a mãe anêmica”, alerta Marques.
4. Durma bem
Ter um sono adequado e de boa qualidade também é fundamental para garantir que o leite materno continue a ser produzido. “Isso é importante para que os hormônios da lactação possam agir naturalmente”, conta o especialista da Beneficência Portuguesa.
5. Use roupas leves
Vestir blusas ou sutiãs muito apertados não é recomendado. “A compressão muito grande das mamas pode fazer com que diminua a produção do leite”, esclarece Affonso Marques. Por isso, dê preferência para roupas mais confortáveis e lingeries próprias para mulheres que estão amamentando.