“Eu escolhi a amamentação prolongada”

Confira o relato da mãe que amamentou o filho mais velho até ele completar 3 anos e também segue oferecendo leite materno para a filha de 1 ano e 5 meses.

Por Luísa Massa
Atualizado em 26 out 2016, 21h05 - Publicado em 1 ago 2016, 08h36
Renato Bairros Fotografia
Renato Bairros Fotografia (/)
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Nicole Loeser, 27 anos, é mãe do Arthur, de 7 anos, e da Lívia, de 1 ano e 5 meses, professora e idealizadora do Instagram Nicole Loeser. Aqui, ela conta a sua experiência e os palpites que ouviu por ter optado pela amamentação prolongada.

“Mesmo antes de me tornar mãe, eu sempre tive o sonho de amamentar porque acho a amamentação um lindo ato de amor e doação, além de todos os benefícios que essa prática traz para a criança. Durante a gravidez do meu primogênito, eu li bastante sobre o aleitamento materno e não usei nada – como pomadas – nos bicos dos seios para prepará-los.

Quando o Arthur nasceu, eu não recebi muitas instruções e ele não realizava a pega corretamente, por isso, tive muitas fissuras nos seios. Cada vez que ele mamava, sangrava, eu chorava e sentia dor, mas sempre tive em mente que era só o começo e que iria passar. O médico ginecologista que me acompanhava dizia que isso aconteceria somente nas primeiras semanas. Foi difícil, mas realmente passou e depois se tornou prazeroso amamentar o meu filho. Já a Lívia nasceu sabendo fazer a pega, então, o início foi mais tranquilo. Também tinha o fato de que eu não era mais mãe de primeira viagem, já tinha amamentado e tido experiências com outro bebê.

Eu amamentei o Arthur até os três anos e a Lívia, que tem um ano e cinco meses, também se alimenta com leite materno, além das comidas. Por ter escolhido a amamentação prolongada, já ouvi várias coisas que me deixaram tristes como “não tem mais leite aí, só saí pó”, “esse é um pedaço de couro mole”, “esse seio está caído”, “o seu filho só faz o seu peito de chupeta”. Mas não ligo para o que as pessoas falam, porque essa escolha só ofereceu benefícios para nós – a amamentação contribuiu para que os meus filhos tenham uma boa saúde e imunidade. Eles ficam doentes com pouca frequência e acredito que isso se deve ao fato de que eles foram amamentados exclusivamente com o leite materno até os seis meses e, depois, eu continuei com a amamentação prolongada. Diferente do que alguns pensam, isso não atrapalhou nenhum dos dois na hora da introdução alimentar: eles comem de tudo, não recusam nada.

Nicole amamentando Arthur
Divulgação ()

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O Arthur desmamou por conta própria. Confesso que eu já estava cansada, mas não pensava em parar. Aos poucos, quando ele pedia, comecei a oferecer leite no copo do desmame e ele mesmo foi interrompendo. Tudo aconteceu naturalmente. Eu não precisei usar nada nos seios, tomar remédios ou mesmo dizer que os peitos estavam machucados e sangrando. A única coisa que eu fiz foi conversar com ele, mencionei que ele já estava grande, que era um menino e não precisava mais mamar. Com a Lívia eu pretendo fazer a mesma coisa: amamentar até quando ela quiser e eu tiver leite. Por enquanto, ela ainda mama em livre demanda, quando quer. É claro que tem momentos que eu estou fazendo algo e peço para ela esperar, mas durante o dia dou o peito quantas vezes ela pedir. A pequena não está mais mamando durante a noite, mas ela dorme comigo, então, quando acorda pedindo, eu tiro o seio, ofereço, sigo dormindo e ela também.

Eu acredito, sim, que a amamentação me aproximou dos meus filhos, mas acho que o vínculo é algo que a gente reforça todos os dias por meio de um carinho, um toque, o colo e o chamego. É claro que a amamentar é algo que só eu posso fazer, mas acho que esse laço entre mãe e filho também é criado quando a criança não mama no peito.

Nicole, Lívia e Arthur
Renato Bairros Fotografia ()

E para você, querida mamãe que está começando a amamentar o seu filho, deixo um recado: não é fácil, dói no início e cansa. Sentimos muita vontade de desistir e usar a mamadeira, mas o leite materno é o melhor para o bebê e tudo o que ele precisa é que você seja forte e persistente. Leia muito sobre o assunto, chore se achar necessário, peça ajuda e mantenha a calma quando estiver difícil. Não compre complemento antes da hora e, se o seu pediatra recomendar, procure a opinião de outro médico antes de oferecê-lo para o seu filho. Lembre-se de que o seu leite não é fraco: ele é o maior amor em forma líquida que existe!

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