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Bloco de Carnaval levantou debate sobre amamentação em público

Ação "Peito Aberto" levou mães amamentando para as ruas de São Paulo.

Por Nathália Florencio
Atualizado em 18 fev 2018, 16h27 - Publicado em 17 fev 2018, 13h29
Bloco Não Serve Mestre debate amamentação em público no Carnaval
 (Bloco Não Serve Mestre/Divulgação)
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“Ao menos poderia se cobrir”. Se você já precisou amamentar o seu filho fora de casa, é bem provável que já tenha ouvido essa frase – no Brasil, pesquisa apontou que 47,5% das mulheres dizem já terem sofrido preconceito por alimentarem seus bebês em público. Por mais natural que seja esse ato, ainda existe muito tabu envolvendo o aleitamento materno.

O mais paradoxal – e irônico – é que a mesma sociedade que observa uma mãe dando de mamar com olhares de reprovação também exalta o corpo feminino exposto durante o Carnaval. E foi exatamente essa contradição que o bloco Não Serve Mestre, da capital paulista, levou para as ruas no percurso que fez no bairro de Pinheiros, na última segunda-feira, 12.

Desfilando pela quarta vez em São Paulo, para 2018 o bloco criou a ação #PeitoAberto e convidou as mulheres a amamentarem seus bebês no meio da folia. Durante esse momento, duas passistas com trajes típicos carnavalescos levaram uma faixa com a seguinte frase: “Seio para fora é para ser normal o ano todo. Pela amamentação livre em qualquer lugar”.

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Idealizada pela co-presidente do bloco, Patricia Monteiro, a iniciativa quis conscientizar a população sobre a importância da amamentação sem censura, para que as mães deixem de ser julgadas por um ato tão instintivo e de puro afeto como o de alimentar um filho com o próprio seio – isso, sim, precisa ser naturalizado. 

“Amamentar no Brasil ainda é um tabu, por incrível que pareça. Em pleno século 21, ainda temos que brigar por algo que deveria ser natural. No país do samba, onde topless é clichê e a nudez é banal, as mães que amamentam ainda são obrigadas a lidar com olhares de reprovação e moralismos”, declarou Gabriela Guedes, uma das mães participantes.

“Seguimos ocupando espaços e aproveitando cada oportunidade de naturalizar a amamentação, quem sabe a próxima geração seja mais leve com a maternagem”, afirmou Marina Biondo, outra mãe que marcou presença no desfile do Não Serve Mestre.

Afinal, o que há de vulgar na troca de carinho entre uma mãe e seu bebê? Por que há tanto pudor quando o assunto é o aleitamento materno? A verdade é que poder dar de mamar onde quer que seja é um direito da mulher e um estabelecimento que impedir que isso aconteça pode ser multado! Nenhuma mãe precisa se sentir culpada por atender a uma necessidade do filho – o que ela necessita, de fato, é respeito.

Bloco Não Serve Mestre debate amamentação em público no Carnaval
Gabriela Guedes amamentando o filho durante o Carnaval (Bloco Não Serve Mestre/Divulgação)
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