Sociedade Brasileira de Pediatria lança guia atualizado sobre BLW

O Departamento de Nutrologia defende que não há evidências científicas suficientes para considerar a técnica como único método de introdução alimentar.

Por Luísa Massa
Atualizado em 4 jul 2017, 15h15 - Publicado em 21 jun 2017, 19h45
bebê comendo
 (M-image/Thinkstock/Getty Images)
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Até os seis meses de vida, o bebê deve ser alimentado exclusivamente com o leite materno. Após esse período, a amamentação passa a ser complementada com comidinhas. A fase da introdução alimentar costuma gerar muitas dúvidas nos pais e, para ajudá-los, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) lançou em maio de 2017 um guia prático de atualização sobre o assunto.

Um dos pontos destacados no início do documento ressalta as conquistas motoras do desenvolvimento infantil, que são essenciais para que a criança passe a se alimentar com comidinhas. Em 2006, o Departamento de Nutrologia já havia publicado orientações que foram atualizadas em 2012 sobre como esse processo deve ser feito. Relembre a seguir:

• A evolução da consistência deve ser gradual: oferecidos inicialmente em forma de papas
• Todos os grupos alimentares devem ser oferecidos a partir da primeira papa principal
• A refeição deve ser amassada, sem peneirar ou liquidificar
• O ritmo da criança deve ser respeitado, de acordo com o desenvolvimento neuropsicomotor
• Recomenda-se o uso do nome papa principal e não papa salgada

BLW – Baby Led Weaning

Muitas vezes, quando os pais vão pesquisar sobre introdução alimentar acabam se deparando com o método BLW, que consiste em oferecer comidas em pedaços para os pequenos, substituindo as tradicionais papinhas. A britânica Gill Rapley, idealizadora da técnica, defende que ela oferece muitos benefícios para os bebês, que podem sentir com as mãos a textura dos alimentos, comer no seu tempo e interagir com outras pessoas durante as refeições.

Mas o guia da SBP informa que as sociedades da Nova Zelândia, Canadá e Estados Unidos não recomendam oficialmente o BLW para as crianças porque seguem a premissa de que algumas questões importantes sobre ele ainda não foram esclarecidas – como se há impacto no desenvolvimento e crescimento; se a ingestão de nutrientes é suficiente; se ele influencia nos hábitos alimentares; se é realmente seguro e não oferece maior risco de asfixia e engasgo; e se é viável para a rotina dos pais.

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Considerações finais

Já o Departamento de Nutrologia da SBP enfatiza que alguns pontos reforçados no BLW – por exemplo, respeitar o ritmo da criança, estar junto com a família na hora das refeições e proporcionar um ambiente tranquilo para que elas sejam feitas – são extremamente importantes e devem, sim, ser seguidos. E que mesmo recebendo os alimentos com a ajuda de talheres, os pequenos devem explorá-los com as mãos para incentivar essa interação.

Mas apesar disso, a instituição defende que não há evidências científicas suficientes para considerar o Baby Led Weaning como o único método de introdução alimentar. “As orientações fornecidas pelos autores são coerentes com o desenvolvimento infantil, mas, limitar um processo complexo a uma única abordagem pode não ser factível para muitas famílias, e, portanto, não pode ser endossado como forma única de alimentação infantil”, conclui o documento.

 

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