Ventilador ou ar-condicionado: qual é o melhor para as crianças?

Na hora de aliviar o calor do pequeno, especialistas explicam que os dois aparelhos têm seus prós e contras – especialmente para os alérgicos.

Por Alice Arnoldi
Atualizado em 3 fev 2021, 16h43 - Publicado em 3 fev 2021, 16h42
 (pinstock/Getty Images)
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Os dias mais longos característicos do verão também são marcados pelas altas temperaturas que tendem a dificultar os afazeres do dia a dia tanto dos adultos quanto das crianças. Além de adicionar banhos a mais na rotina da família ou planejar brincadeiras com água, outra saída para aliviar o calor da estação acaba sendo recorrer aos ventiladores e equipamentos de ar-condicionado.

Junto com a grande diferença de preço e disponibilidade de instalação dos aparelhos, pais também deparam-se com dúvidas sobre qual das duas opções é melhor para garantir a saúde infantil. E, ao ouvirmos duas pediatras, a resposta é prática: os dois podem ser usados, mas ambos carregam seus prós e contras.

Os cuidados ao usar ventilador

Ainda que seja delicioso sentir o vento no rosto ao transpirar no calor, esta é a primeira contra-indicação ao optar pelo dispositivo nos quartos infantis. De acordo com a otorrino pediatra Maura Neves, especialista pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), o ventilador deve estar sempre virado para a parede, para que o ar possa circular melhor pelo ambiente. Caso contrário, a tendência é que ele resseque as vias respiratórias do pequeno e cause desconforto.

A pneumologista pediátrica do Grupo ProntoBaby, Brunna Santana, acrescenta que o direcionamento do aparelho também deve ser pensado quando ele for de teto. Os pais devem sempre optar pelo modo exaustor, para que o ar esteja voltado para cima e refresque o cantinho da criança por completo.

Outro cuidado necessário é voltado tanto para a higienização do aparelho quanto do local que ele está sendo usado. “O ventilador levanta a poeira do ambiente, portanto, o quarto deve estar sempre bem limpo – assim como suas hélices e grades para prevenir o mesmo problema”, detalha Maura.

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E se há dúvidas sobre qual é a melhor maneira de conduzir a limpeza deste espaço, Brunna aconselha a preferência por panos úmidos e não vassouras ou outros tipos de espanadores, pois eles tendem a alastrar partículas alérgenas, podendo causar crises em indivíduos alérgicos a pó.

E se preferir o ar-condicionado…

A mesma atenção à limpeza deve estar no radar dos pais que possuíam o ar-condicionado instalado antes do nascimento do bebê e têm em mente que ele é mais efetivo na hora de refrescar o ambiente.

Respeitando as orientações do fabricante do aparelho, a pneumologista aconselha os adultos a terem sempre cautela com o filtro do dispositivo, já que quando ele está limpo contribui para a absorção de partículas com vírus, bactérias e fungos. Caso contrário, ele pode ser um facilitador para doenças infecciosas (como gripes e resfriados) e alérgicas.

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Este fator também está diretamente ligado ao ar-condicionado provocar ressecamento do ar do local. “Esta falta de umidade acaba desencadeando crises respiratórias nas crianças alérgicas, com sintomas como tosse, espirros, falta de ar, coceira nos olhos ou nariz, coriza e congestão nasal”, explica Brunna.

Para contornar a situação, a pediatra aconselha o uso de um umidificador ao mesmo tempo no quarto da criança. Caso não seja viável para a família, toalhas úmidas e bacias d’água também são recursos positivos para equilibrar a umidade do ar. Além da hidratação constante do pequeno com água e lavagem das narinas com soro fisiológico.

Já em relação a temperatura do ar-condicionado, a pneumologista esclarece que ela pode variar desde 23°C a 27°C. O mais importante é que os pais evitem deixar o quarto do filho muito gelado, porque isso pode levar a um choque térmico na saída do ambiente para outro.

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