Logo após o registro do bebê, por meio da certidão de nascimento, outro documento lembra os pais da necessidade de cuidados com o filho: a caderneta de vacinação. Utilizada no Brasil desde 1977, a carteirinha é uma ferramenta para que os pais possam acompanhar e registrar a imunização das crianças.
O Plano Nacional de Imunização (PNI) define a logística e o calendário vacinal para todas as idades, dos recém-nascidos aos adultos. As primeiras “picadas” são de extrema importância, pois auxiliam na formação de um sistema imunológico mais forte no combate a diversas doenças. As campanhas de vacinação infantil podem ser feitas tanto através de injeção quanto pela famosa gotinha.
Quais vacinas os recém-nascidos devem tomar?
A primeira delas deve ser aplicada (se possível) antes do bebê deixar a maternidade, sendo uma injeção famosa por deixar aquela marquinha: a BCG. Esse imunizante de dose única age contra tuberculose meníngea e miliar, produzido através da bactéria atenuada. A marquinha é uma reação natural do corpo ao interagir com o material biológico que existe na vacina.
Ainda que seja um método consolidado de fabricação, existem contraindicações para a injeção:
- Pesar menos que 2 quilos.
- Suspeitas de imunodeficiência.
- Histórico de imunossupressão na família ou que as mães utilizaram imunossupressores durante a gestação.
A primeira das 4 doses da imunização contra a hepatite B deve ser feita em até 12 horas após o nascimento da criança. O intervalo para a segunda dose é de 2 meses, com as duas doses restantes aplicadas a um intervalo de seis meses desde a injeção anterior. Crianças que receberam a vacina pentavalente não precisam receber a quarta imunização.
Quais vacinas devem ser tomadas ao longo do primeiro aninho?
Os primeiros meses do bebê são agitados neste sentido, mas vale todo cuidado.
Aos 2 meses:
1ª dose de tetravalente (DTP + Híb): contra difteria, tétano, coqueluche, meningite e outras infecções causadas pelo Haemophilus influenzae tipo B. Precisa de reforço aos 4 e 6 meses.*
1ª dose de VOP: a famosa gotinha contra a poliomielite (paralisia infantil). Precisa de reforço aos 4, 6 e 15 meses de vida.
1ª dose da Vacina Oral de Rotavírus (VORH): combate a diarreia proveniente do rotavírus. Precisa da dose de reforço aos 4 meses.
*Essa vacina pode ser substituída pela Pentavalente, que inclui também a imunização para hepatite B.
A partir dos 9 meses, o calendário vacinal fica mais enxuto:
1° Dose da vacina contra febre amarela: com particularidades para determinadas regiões, precisa de uma dose de reforço entre os 9 e 10 anos.
Tríplice viral: também chamada de SRC, é uma sigla que indica as doenças tratadas (sarampo, rubéola e caxumba). É uma dose única aos 12 meses, mas precisa de reforço entre os 4 e 6 anos.
Tríplice bacteriana: protege contra difteria, tétano e coqueluche. As primeiras doses dessa vacina são feitas como parte da tetravalente. Depois, ela é chamada apenas de DTP, com um reforço aos 15 meses e outro ocorrendo entre os 4 e 6 anos.
A imunização para Covid-19 deve ocorrer a partir dos 6 meses, mas dependerá da disponibilidade das doses no SUS .
Para conferir o calendário vacinal infantil completo, acesse este link da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
Quais cuidados devem ser tomados na vacinação de bebês prematuros?
Não é incomum que os bebês que nasceram antes dos 9 meses de gestação passem por algum problema de saúde durante os primeiros momentos de vida. Dessa forma, a imunização inicial pode ficar comprometida.
No entanto, com exceção da BCG que precisa esperar que o recém-nascido tenha mais que 2 kg, o restante das vacinas deve ser aplicado respeitando a idade da criança. A SBIm também disponibiliza uma cartilha de orientações para a imunização de bebês prematuros.