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Vacinação não levou nenhuma criança a óbito, confirma Ministério da Saúde

Segundo último Boletim Epidemiológico, 38 mortes de crianças entre cinco e 17 anos notificadas não têm relação causal com a vacina contra a Covid-19.

Por Isabelle Aradzenka
Atualizado em 29 abr 2022, 13h26 - Publicado em 29 abr 2022, 13h25
Ampola de vacina e seringa com o escrito "covid-19" sobre fundo verde. Ilustração.
 (Lucemade/Getty Images)
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Em uma realidade em que a aplicação da vacina – comprovada e efetiva na faixa etária pediátrica – é questionada desde o início da campanha de imunização infantil contra a Covid-19 (em dezembro de 2021), ter mais uma confirmação de que a picadinha é segura, é sempre positivo. Desta vez, a comprovação vem para desmentir possíveis casos de óbitos infantis em decorrência da imunização: não, nenhuma criança ou adolescente veio a falecer em função da vacina contra o novo coronavírus.

É isto que aponta o mais recente Boletim Epidemiológico – documento que analisa os dados e a estrutura de enfrentamento da Covid-19 no Brasil desde março de 2020 -, divulgado pelo Ministério da Saúde, na terça-feira (26).

De acordo com os dados, foram notificados ao Ministério da Saúde 3.463 eventos adversos pós-vacinação entre crianças de cinco a 18 anos desde o início da imunização até março de 2022. Destes, 38 casos (1,1%) foram relatados como graves e com desfecho de óbito, com a média de idade de 13 anos. Do total dos supostos óbitos infantis, 36 estiveram temporariamente relacionados com a aplicação do imunizante da Pfizer e dois com a CoronaVac.

Entre as investigações do Ministério da Saúde, entretanto, foi identificado que quatro dos casos ocorreram após o intervalo de tempo esperado entre a aplicação da vacina e o início de reações adversas (em média, de 30 dias), evidenciando uma relação inconsistente com a vacinação.

Além disso, a classificação de causalidade dos 38 analisados se deu em:

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  • 23 eventos coincidentes ou inconsistentes (21/Pfizer e 2/CoronaVac)
  • 13 eventos inclassificáveis devido à ausência de informações (13/Pfizer)
  • Dois óbitos com dados conflitantes para estabelecer relação causal (2/Pfizer)

Entre os casos classificados como “dados conflitantes”, um destes era relacionado à ocorrência de miocardite após a vacina. Porém, segundo o Ministério, os dados estabeleciam uma relação incoerente entre o tempo de início esperado dos sintomas da inflamação e a data de aplicação do imunizante, estimado em 14 dias.

“Até o momento, não há registro de eventos adversos pós-vacinação com desfecho de óbito na faixa etária de cinco a menores de 18 anos com relação causal com as vacinas utilizadas confirmadas”, confirma o relatório.

Vacina e reações adversas

O boletim destaca que, com o avanço da vacinação, é esperado que se tenha um número elevado de notificações de reações adversas à vacina, incluindo quadros graves. No entanto, após a investigação adequada das autoridades, apenas uma pequena parcela dos casos relatados terá de fato qualquer relação causal com a vacinação.

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Além disso, desde o início da campanha de imunização (em janeiro de 2020), apenas 0,004% do total de doses aplicadas na população brasileira foram acompanhadas por eventos adversos graves – qualquer caso que requeira hospitalização, possa comprometer o paciente ou leve a óbito.

“Não se pode descartar totalmente o risco de ocorrência de reações graves. É importante destacar, no entanto, que estes eventos são muito raros, apresentando um risco significativamente inferior ao risco de complicações pela própria Covid-19. Logo, os dados aqui apresentados denotam o excelente perfil de benefício versus risco da vacinação contra a Covid-19”, completa.

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