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Sangramento nasal em criança é normal? Entenda o que é a epistaxe

Saiba o que fazer se o nariz do seu filho sangrar e quais sintomas podem ser motivo de preocupação

Por Carla Leonardi
28 dez 2023, 11h15

Talvez você nunca tenha ouvido esse termo, mas a epistaxe é o conhecido sangramento nasal – aquele que começa sem motivo aparente e é mais comum durante a infância. “Geralmente, ocorre quando pequenos vasos sanguíneos da mucosa nasal se rompem. Isso pode ser causado por condições como ar seco, lesões, alergias ou infecções“, explica a pediatra Tatiana Cicerelli Marchini.

Segundo a especialista, o problema é mais frequente em crianças, porque elas têm vasos sanguíneos nasais mais próximos da superfície, além de serem mais frágeis e propensos a se romper. “A mucosa nasal dos pequenos também é mais sensível a fatores ambientais, como ar seco ou mudanças de temperatura. Conforme crescem, geralmente ela se torna mais resistente, e os episódios de sangramento nasal tendem a diminuir”, afirma Tatiana.

Nariz sangrando: o que fazer?

Primeiro, mantenha a calma. Sente a criança e incline a cabeça dela para frente (e não para trás, a fim de evitar que o sangue escorra para a faringe) apertando suavemente as narinas, sem obstruir a passagem de ar, de cinco a dez minutos de forma estática, ou seja, sem manipular para tentar tirar os coágulos. Caso seja possível, vale aplicar uma compressa fria no dorso nasal. “Se houver preocupações ou se o sangramento persistir, é aconselhável procurar a opinião de um profissional de saúde para avaliação e orientação específica”, recomenda a médica.

Quando o sangramento nasal é preocupante

Em geral, os episódios ocasionais são comuns e não são motivo para grande preocupação. No entanto, a pediatra alerta que pais e responsáveis devem se atentar a certos sinais:

– Intensidade: se o sangramento nasal for frequente, durar mais de 20 minutos ou for difícil de controlar, é recomendável buscar avaliação médica.

– Recorrência: se o problema se tornar recorrente, é importante discutir isso com um profissional de saúde para identificar possíveis causas subjacentes.

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– Outros sintomas: se o sangramento nasal estiver associado a outros sinais, como tonturas, fraqueza, ou se a criança parecer anormalmente pálida, isso pode indicar a necessidade de atenção médica.

Caso a criança esteja tomando medicamentos anticoagulantes, é crucial informar o médico, pois isso pode afetar o controle do sangramento.

Mãe limpando nariz do filho com lenço de papel. A foto tem fundo roxo. O menino usa camiseta branca de manga comprida e tem cabelo castanho e cacheado. A mãe usa blusa de manga comprida amarela, tem cabelo longo e castanho. Ambos têm pele clara.
(Arte: Victoria Daud/ Foto: filadendron/Getty Images)

Por que algumas crianças têm mais sangramento que outras?

Você acha que o nariz do seu filho sangra muito mais que o dos coleguinhas? Saiba que isso pode ser real e essa maior propensão à epistaxe tem algumas possibilidades, como:

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  • a criança apresenta vasos sanguíneos mais próximos da superfície na mucosa nasal
  • a mucosa é mais sensível, respondendo mais a mudanças ambientais
  • o pequeno coça o nariz com mais frequência e/ou insere objetos nas narinas
  • a criança tem alergias e infecções frequentes

Em muitos casos, Tatiana explica que a diminuição de episódios de sangramento pode vir com a idade, conforme a mucosa nasal se torna mais resistente e, os vasos sanguíneos, mais robustos. “No entanto, é importante observar que cada criança é única e que a propensão aos sangramentos varia”, pondera.

Exposição ao sol pode fazer o nariz sangrar?

Para os pequenos que já têm mais propensão à epistaxe, a temperatura do ambiente e outras condições climáticas acabam influenciando. “A exposição solar pode causar a dilatação dos vasos sanguíneos, aumentando a fragilidade dos capilares nasais. Isso, combinado com a desidratação resultante, pode tornar a mucosa nasal mais suscetível a sangramentos”, explica a pediatra.

Além disso, é possível que climas mais quentes estejam associados a ambientes com ar mais seco, tornando o contexto ainda mais propício para a condição. É aconselhável, portanto, manter uma boa hidratação e utilizar um umidificador de ar em casa, assim como “aplicar uma fina camada de pomada nasal para ajudar a preservar a umidade”, finaliza Tatiana. Nesse caso, converse com o pediatra do seu filho para saber qual é a melhor indicação.

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