Representatividade: artista faz ilustrações médicas de corpos negros
Estudante de medicina e ilustrador, nigeriano quer fazer a diferença ao levar um pouco de equidade ao universo científico.
Será que você consegue se lembrar de já ter visto alguma ilustração médica retratando um corpo de pele negra – seja quando ainda estava na escola, seja em reportagens ou materiais informativos que às vezes recebemos sobre cuidados com a saúde? Muito provavelmente não, certo?
Pois é, quem se incomodou com essa ausência e resolveu fazer algo para mudar a história foi Chidiebere Ibe, jovem nigeriano que estuda medicina e é, também, ilustrador. Em seu perfil no Instagram, @ebereillustrate, que tem mais de 140 mil seguidores, ele compartilha alguns de seus trabalhos.
Entre eles, a representação de um bebê ainda dentro da barriga da mãe chamou a atenção em dezembro de 2021 e viralizou na internet. No post, há milhares de comentários, muitos de admiração e agradecimento. “Como eu precisava disso!”, escreveu uma enfermeira que relatou a falta de representatividade em materiais médicos.
Representatividade sempre importa
Chidiebere, que planeja se tornar neurocirurgião pediátrico, criou uma vaquinha virtual para manter o projeto e se surpreendeu com a repercussão de seu trabalho. “Não haverá inclusão se não houver representatividade. E é por isso que representatividade importa! Todos merecem ser representados de forma igual”, escreveu o universitário.
Além de ilustrar corpos negros para retratar a anatomia ou demonstrar como se caracterizam certas enfermidades – que aparecem de maneira diferente na pele clara -, ele também se dedica a desenhar médicos, para que outros jovens vejam em suas ilustrações e em seu trabalho como futuro cirurgião a possibilidade de ocuparem aquele lugar um dia, caso queiram.
Recentemente, Chidiebere ilustrou uma mãe mastectomizada unilateralmente amamentando. O jovem aproveitou a publicação para alertar os seguidores sobre o câncer de mama e a importância do diagnóstico precoce. Na legenda, ele explica que, durante o tratamento, a mulher não pode amamentar, mas depois, mesmo após a mastectomia unilateral, o aleitamento é possível de acordo com as orientações médicas.