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Recém-nascido morre depois de contrair herpes e mãe faz alerta

"Não deixe ninguém beijar o seu bebê", defende americana que perdeu a filha com 18 dias de vida. Especialista esclarece as dúvidas sobre o problema.

Por Luísa Massa
20 jul 2017, 14h05

Aguardada ansiosamente por Nicole e Shane Sifrit, a pequena Mariana chegou ao mundo no dia 1 de julho. Seis dias após o seu nascimento, a garotinha começou a passar mal e foi internada na UTI Neonatal – exatamente na data em que os seus pais se casaram, oficializando a união. 

No hospital, os cuidadores receberam a notícia de que a filha tinha contraído o vírus da herpes e, devido a complicações, ela foi diagnosticada com meningite. A doença afetou os pulmões, rins, fígado, coração e cérebro da criança, agravando o quadro. Nicole publicou a história na sua página pessoal do Facebook e pediu orações.

A mãe explicou que ela e o marido fizeram exames para ver se eles tinham contraído o vírus, mas os resultados deram negativo. Diante disso, eles concluíram que a menininha foi infectada por uma pessoa com herpes. “Não deixe ninguém beijar o seu bebê“, alertou a americana na postagem feita na rede social.

Infelizmente, depois de alguns dias lutando, Mariana não resistiu e faleceu na última terça-feira, 18. Mais uma vez a mãe se pronunciou na internet, publicando um relato que foi curtido mais de 4 mil e 500 vezes e recebeu mais de 1000 comentários de pessoas que se solidarizaram com o caso.

“Nossa princesa ganhou asas de anjo às 8h41 desta manhã nos braços do seu pai e com a mamãe ao seu lado. Agora, ela não está mais sofrendo e está com o Senhor. Obrigada a todos que seguiram a sua jornada e nos apoiaram. Nos seus 18 dias de vida, ela teve um impacto enorme no mundo e esperamos com a história de Mariana salvar a vida de muitos recém-nascidos”, escreveu Nicole.

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Por que isso acontece?

Existem dois tipos do vírus da herpes: o oral, que geralmente deixa feridas na boca, e o genital, que é transmitido por relações sexuais. “O que atinge os bebês com mais frequência é o genital. Às vezes, a mãe tem o problema, mas não apresenta nenhuma lesão e pode passar para o bebê no momento do nascimento”, explica Monica Carceles, neonatologista da Maternidade Pro Matre Paulista, de São Paulo.

Embora não seja tão comum, o bebê pode, sim, ser infectado por uma pessoa que tem a doença e fale perto do seu rosto ou o beije. O problema é que o quadro da enfermidade em recém-nascidos é grave e exige cuidados. “Quem tem uma lesão oral não deve chegar perto da criança. Se a mãe tiver, o ideal é que ela use máscara, sempre lembre de higienizar as mãos depois de pegar o bebê e evite o contato muito próximo”, afirma a médica.

No caso de Mariana, que gerou grande repercussão internacional, não sabemos exatamente qual tipo de vírus a pequena contraiu. Embora Nicole tenha dado o alerta para os pais não deixarem que visitas beijem os seus bebês, a mãe não chegou a dar muitos detalhes ou até especificar quais exames ela e o marido fizeram para detectar a doença.

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Como as complicações surgem?

A neonatologista da Pro Matre esclarece que o vírus da herpes ataca vários órgãos do corpo e também o sistema nervoso. Com isso, é comum resultar em uma encefalite (inflamação do tecido cerebral), meningite (inflamação da membrana que envolve o tecido do cérebro) ou até mesmo uma infecção generalizada.

Quais são os sintomas?

A herpes em bebês é rara e, apesar de não ser sempre letal, é algo que requer extrema atenção. “Todo recém-nascido que começar a ter febre deve ser avaliado pelo pediatra. Parar de mamar e ficar molinho também são outros sinais que podem identificar doenças”, ressalta Monica. Além dessas questões, a mudança de comportamento pode ser outro indício de que algo não está bem com a criança. Na dúvida, procure o médico que acompanha o seu filho.

Como proteger o bebê?

Não existe vacina que imunize as pessoas contra o vírus da herpes, então, a melhor maneira de preservar a saúde do pequeno é tendo precaução. “O bebê não tem que viver em uma bolha, mas é necessário alguns cuidados porque a parte imunológica dele é mais frágil. A pessoa que vai conhecê-lo não pode estar com herpes ou doente, deve lavar bem as mãos e passar álcool gel”, destaca a médica.

A especialista ainda reforça que as visitas podem pegar o bebê no colo, mas devem evitar contatos mais íntimos. “Não é todo mundo que chega que pode beijar o bebê. Deixe isso para as pessoas próximas, como avós e tios, que você sabe como está a saúde deles”, finaliza Monica.

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