Continua após publicidade

Com realidade virtual, crianças sentem menos dor ao tomar vacinas

Seu filho costuma chorar ao levar as picadinhas? Conheça a proposta da clínica de São Paulo que diverte os pequenos nesse momento.

Por Luísa Massa
Atualizado em 2 jun 2017, 19h44 - Publicado em 2 jun 2017, 18h03

Todo mundo sabe que as vacinas têm papel fundamental na saúde das crianças. Mas o problema é que, quando vão tomar as picadinhas, nem sempre elas ficam satisfeitas com a situação. Junto com a ansiedade, surge o medo da agulha e os pequenos caem no choro. Essa sempre foi uma questão que chamou a atenção de Lilian Zaboto, pediatra responsável pelo VacinVille, de São Paulo, e membro da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBIM) e da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

Buscando alternativas para aliviar o incômodo dos baixinhos, a médica encontrou um projeto que usa a realidade virtual para entretê-los durante esse momento. “No começo do ano, eu vi um trabalho de uma clínica da Califórnia, em Santa Bárbara, onde avaliaram mais de 400 crianças que receberam vacinas usando essa técnica e descobriram que 48% delas não tiveram dor. Fui conhecer o projeto e trouxe essa ideia para o Brasil. Nós fomos a primeira clínica do país a ter esse sistema”, explica a médica.

Leia também: “Mãe que era contra vacinas se arrepende por não imunizar os filhos”

Depois da viagem, ela ficou inspirada e criou, com a ajuda dos filhos, a história de dois personagens que lutam contra os vírus e as bactérias. “Em cima desse roteiro, eu contratei uma empresa que desenvolve vídeos de realidade virtual. A ideia é que o Super-Valente chame a criança para ajudá-la nessa batalha e, assim, eles vão ganhando poderes”, conta a especialista. Dessa forma, quando vai tomar vacina, o pequeno recebe óculos especiais para acompanhar a animação.

Além de ficar entretida com o desenho, a pediatra garante que a criançada não sente dor. Tudo isso porque dispositivos que foram trazidos dos Estados Unidos também são usados nesse processo. Um deles cria a sensação de gelado na pele e anestesia a região que receberá a picadinha. “Na animação, a personagem fala: ‘agora te dou o poder da água’ e nesse momento a enfermeira passa o álcool para limpar o local. Depois, quando diz: ‘te dou o poder do fogo’, colocamos outro dispositivo que vibra e emite sinais para o sistema nervoso, confundindo-o e tirando o foco da dor e nessa hora a vacina é realizada”, esclarece Lilian.

Continua após a publicidade

 

É importante ressaltar que a técnica funciona melhor para os pequenos acima de três anos, que entendem melhor a situação, pois os menores podem acabar se assustando com os óculos. Mas o resultado deu tão certo que há 15 dias muitas famílias têm procurado as unidades da VacinVille, em Alphaville e Granja Viana, para conhecer a ideia. Com isso, outros laboratórios também entraram em contato para saber como podem adquirir o produto.

“Não realizamos a venda, mas já desenvolvemos uma forma jurídica de licenciamento para outras clínicas porque a demanda foi muito grande. Estamos estudando cada tipo de local para manter o nosso padrão e a exclusividade em algumas regiões”, completa a médica. Ela também conta que adultos que têm pânico das agulhas mostraram interesse pelo método, o que a levou a começar a desenvolver um vídeo pensando neles e nos adolescentes.

Leia também: 7 alertas importantes sobre as vacinas

A importância da vacinação

As vacinas são fundamentais no período da infância, pois protegem os pequenos de doenças graves. Mas existem grupos, que muitas vezes se reúnem nas redes sociais, de pais que escolheram não imunizar os filhos nos primeiros anos de vida – o que é visto como um grande problema pelos especialistas.

Continua após a publicidade

“A vacinação é a medida de saúde pública que mais salva vidas no mundo. Essa onda é muito preocupante, pois, infelizmente, algumas pessoas têm aderido menos às vacinas e algumas doenças que já estavam erradicadas, como a coqueluche, hoje são epidemia no Brasil – provavelmente devido a baixa adesão da imunização de crianças e adultos”, reforça a pediatra.

 

Publicidade